
Resenha: The Turn Of A Friendly Card (1980)
Álbum de The Alan Parsons Project
Acessos: 1142
Unindo o art rock à simplicidade do pop
Por: Marcel Z. Dio
07/02/2019
Alan Parsons foi uma ótima alternativa para o fim da epopeia progressiva no final dos anos 70. É fato que todos já estavam saturados de ouvir suítes de 20 minutos e outros exageros, o fim seria questão de tempo, e foi. As canções de Parsons atingiam o equilíbrio perfeito entre a complexidade progressiva e o minimalismo do pop rock. Em uma discografia bem interessante, os destaques ficavam com Tales of Mystery and Imagination, I Robot, Pyramid e Eve, sendo Turn Of A Friendly Card o responsável por fechar o ciclo vitorioso, tido por muitos como o ponto máximo de sua carreira. O disco em questão tem uma sonoridade discrepante à época, Alan tinha uma forma inteligente de fazer música, por isso a maioria dos seus feitos agradam o ouvinte a primeira audição, a exemplo de "May Be A Price To Pay", que antecedia os anos 80 com um som recheado de orquestrações, baixo marcante e uma linha vocal perfeita de Elmer Gantry, o típico timbre que agrada gregos e troianos. "Games People Play" cantada por Lenny Zakatek, dava a dimensão do quão poderoso pode ser um pop rock. De certo foi uma ótima pedida para as rádios da época, por sua levada simples, refrão bacana e um trabalho de guitarra sem tanta firula, bem na linha soft rock. Improvável não se arrepiar com a melodia de "Time", uma das melhores baladas de todos os tempos. Do arranjo primoroso, a uma letra que mostra a condução do tempo e de como ele separa as pessoas, os amigos, e de como é implacável !!. O tempo só não conseguiu enferrujar a voz imortalizada por Eric Woolfson, (o braço direito de Parsons) numa obra de arte que mexe com os sentimentos, não importa quantas vezes já se tenha ouvido. Ela ainda é capaz de arrancar lagrimas com sua beleza e tristeza. E quando o assunto é música instrumental, Alan Parsons é mestre mor. Reparem em "The Gold Bug" como os instrumentos ganham destaques iguais, sejam com o contrabaixo, teclado, coral ou sax. Tudo se encaixa numa perfeição absurda, viciando mais que doce de padaria. Ouça e reouça no volume 11 !! "The Turn of a Friendly Card, Pt. 1" é uma peça curta e não menos espetacular, onde os arranjos de cordas e o vocal, dão um show a parte, assim como "Snake Eyes" que apesar de mais direta, vale a conferida. Por ser um álbum conceitual em torno do tema jogo, e de como ele domina a mente do jogador, as faixas se interligam também na parte harmônica. Desse modo "The Ace of Swords" segue sem grandes novidades o padrão melódico de The Turn of a Friendly Card, Pt. 1. "Nothing Left to Lose" começa em tom de balada, mudando do meio para o fim, capturando passagens de reggae, para retornar à harmonia de "Snake Eyes", só que de uma forma mais acelerada. O álbum é encerrado com a segunda parte de "The Turn of a Friendly Card", sendo apenas uma extensão da primeira, com o acréscimo de outras partes sinfônicas, dando um tom épico ao desfeche. O músico conhecido pela produção de Dark Side of The Moon (Pink Floyd) ainda lançou bons registros nos anos 80, dentre os quais estão : Eye in the Sky (1982) e Stereotomy (1985). E como nem tudo são flores, alguns discos como Ammonia Avenue (1984), Vulture Culture (1985) e Gaudi (1987) davam os primeiros sinais de desgaste criativo.
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