Audição surpreendente, tantos anos depois!
Autor: Vitor Sobreira
11/01/2019
O Foo Fighters chegou ao seu quarto álbum de estúdio quase que nos momentos finais de 2002, certamente calando a boca daqueles que pensavam que a banda ainda se tratava de um mero projeto de Dave Grohl. Se alguém realmente pensava isso, naquela altura do campeonato, estava bem enganado. Dentre as curiosidades do trabalho, estão a participação do lendário guitarrista do Queen, Brian May, em “Tired of You” e o fato da banda ter conquistado novamente o Grammy de ‘Melhor Álbum de Rock’. Nada mal, hein?! A arte de capa pode ser horrorosa, mas em compensação as músicas são muito boas e o álbum se inicia muitíssimo bem com as pesadas “All My Life” e “Low”, e se você não sabe o que é Rock Made in USA, poderá ter uma breve noção. Ah, repare também no bom trabalho de guitarras e no vocal de Dave – devidamente acompanhado de músicos muito competentes! Pra quem não está muito habituado a ouvir bandas nessa linha, ou mesmo a banda que é tema do texto – como eu mesmo – não é difícil notar que a sonoridade do Foo Fighters, mesmo que se baseando em supostos elementos do Grunge, do Pop, do Rock ou do Alternativo, não se prende exclusivamente a isso, sempre acrescentando um pouco mais aqui e ali. Ainda que possa soar comercial onde deve ser (um dos fatores que fez com que alçassem ao sucesso mundial), a banda se foca em criar composições de qualidade que agreguem algo válido ao seu publico, diferentemente de tantos artistas e seus sons descartáveis. O equilíbrio começa em “Have it All” e a radiofônica “Times Like These”, onde o peso não é deixado de lado, mas momentos mais acessíveis vão surgindo sem nenhum constrangimento. “Disenchanted Lullaby” surge com um ritmo mais contido e aura viajante, mas com Dave empregando um pouco mais de drive em sua voz. Confesso que fiquei curioso pra ouvir a participação de Brian May em “Tired of You”, e soou o mais natural e entrosada possível! Quase nunca abrindo mão da acessibilidade, “Halo” não fica nessa mesmice e logo nos providencia riffs mais fortes e boas melodias no refrão, e é seguida pela ótima “Lonely as You”. A audição vai passando rápido e logo nos pegamos chegando na reta final com o Rock encorpado e energético de “Overdrive”, a boa “Burn Away” e a longa e trabalhada “Come Back”, com seus quase oito minutos, que do mesmo jeito que o trabalho se iniciou muito bem, termina da mesma maneira, sem tirar nem pôr. Mais uma audição no mínimo surpreendente!
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