Um dos mais complexos e desafiadores trabalhos da banda
Por: Tiago Meneses
30/09/2017
The Power and the Glory é um verdadeiro petardo e aula de uma banda trabalhando como banda. Não existe um destaque senão o trabalho como um todo. O álbum começa de maneira fantástica, "Proclamation" tem uma grande melodia e uma composição relativamente complexa, seu início traz um som único de órgão executado de forma discreta, seguido pela voz inconfundível de Derek Shulman junto a linha de baixo muito bem cadenciada pelo seu irmão Ray Shulman. Uma abertura que define perfeitamente bem o tom geral da faixa. Gosto bastante também da maneira como Derek a canta. Tem uma grande mistura entre tons altos e baixos. A música flui bem com teclados e baixo fazendo o papel principal. "So Sincere" tem uma maneira bem discreta de fluir, com influência significativa de música de vanguarda. Desta vez, quem domina a canção é o violino e violoncelo, com alguns preenchimentos de guitarra e piano. Um dos momentos mais interessantes da faixa é quando é cantado, "So Sin-Cere"...dá pra perceber que todos os instrumentos são tocados em multi direções, mas eles ainda assim mantem toda a harmonia global. Uma composição brilhante. Mesmo que não seja vista com bons olhos por muitos fãs da banda, eu gosto bastante do resultado final obtido aqui. A terceira faixa, "Aspirations", tem um estilo balada, mas construído na veia prog. É uma ótima música, relativamente suave com o som do teclado. É uma faixa de letra bastante positiva, de frases como, "quando a poeira baixar, veremos todos os nossos sonhos se tornando realidade". Ótimo trabalho. "Playing the Game", falando a grosso modo, é um progressivo da gema, desde os seus vocais. Ela tem todos os elementos que a música típica prog sempre teve: dinâmica, relativamente complexa e mudanças de tempos incomuns. Mais uma vez, trata-se de uma faixa que que tem como abertura um som de teclado estranho, mas acompanhada por uma brilhante linha de baixo. Falando nele, sempre que eu escuto essa música eu percebo o quão dinâmico é tocado o baixo ao longo de todo os segmentos. Tem um ritmo relativamente otimista com algumas quebras agradáveis. A quinta faixa, "Cogs in Cogs", é outra excelente trilha com uma intro onde todos os instrumentos são tocados simultaneamente e seguido pelo estilo único de vocal. Como é de costume, aqui também encontra-se uma grande variedade de andamentos, mas sendo executados sempre de maneira magistral pela banda, nunca se perdendo. No God's a Man" é uma faixa melódica podendo ser equiparada até em algo na veia de "Aspirations", mas é um trabalho mais complexo. Grandes solos de teclados, clavinete e guitarra. "The Face" é uma faixa edificante com grande harmonia preenchida através de violino, violoncelo e violão, sendo todos tocados de forma extremamente habilidosa por Ray Shulman. Pouco mais de quatro minutos de puro swing e musicalidade deleitosa. "Valedictory" é um prog rock direto fortemente influenciado pela música de hard rock, abre com um solo de bateria e guitarra. A música, então, flui bem quando é adicionado a linha vocal. Desta vez, a voz é realizada num tom alto e novamente em um desempenho de alta performance. Com certeza "The Power and the Glory" é um dos mais complexos e desafiadores trabalhos do Gentle Giant, cada faixa é bem posicionada e garante um prazer único ao ouvinte que se permite viajar em seu som. Cada membro contribui de maneira ímpar com o seu talento para a construção de um dos mais incríveis álbuns já criados.
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