O renascimento de Bruce Dickinson
Por: André Luiz Paiz
19/02/2021
"Balls to Picasso" não é só um ótimo disco na carreira solo de Bruce Dickinson. É também um álbum que marca o seu renascimento como artista e também o início de uma parceria com o guitarrista e produtor Roy Z que rendeu bons frutos. Antes de chegar até o produto final, Bruce fez algumas tentativas. Primeiro, começou a criar algumas ideias quando ainda estava no Iron Maiden, provavelmente já se preparando para sair. Tentou trabalhar com o apoio da banda britânica Skin e depois com o produtor Keith Olsen. Nada deu certo, até que encontrou o talentoso guitarrista Roy Z, que trouxe consigo a banda Tribe of Gypsies. E assim, "Balls To Picasso" começou a ser desenhado. Temos aqui uma clara intenção de Bruce em não soar como Iron Maiden. O disco traz hard e metal em uma abordagem mais contemporânea de meados dos anos 90. São músicas que possuem melodias acessíveis, mas ao mesmo tempo trazem uma densidade bem interessante. A performance vocal de Bruce está brilhante, cantando bem mais do que nos últimos dois álbuns com o Iron Maiden. O vocalista faz uso da sua voz mais limpa e também de alguns drives na medida certa. São dez faixas e acho que não preciso mencionar muito a balada clássica "Tears Of The Dragon". Uma faixa perfeita dentro de sua proposta e daquelas que até os fãs apenas de "Wasting Love" e "Fear Of The Dark" conhecem. A densidade já está estampada na ótima e moderna faixa de abertura "Cyclops", que é seguida pela excelente "Hell No", que começa suave e traz um peso interessante no refrão. "Gods of War" é pra cantar junto e mostra o motivo de Bruce ser um dos maiores de todos os tempos. O vocalista elevou o refrão a um nível absurdo. E a primeira metade é encerrada com duas faixas pesadas e com foco no refrão: "1000 Points of Light" e "Laughing in the Hiding Bush", esta última também foi considera como opção para título do álbum em referência ao filho de Bruce. Bons riffs e solos de guitarras em ambas. A segunda metade traz a balada "Change of Heart", que considero fenomenal. A interpretação de Bruce é fantástica. Depois temos "Shoot All the Clowns" como a que chega mais próxima da sonoridade de "Tattooed Millionaire", primeiro solo de Bruce, e também foi single pelo mesmo motivo, por ser mais acessível. O peso volta em "Fire", outro grande momento. Por fim, "Sacred Cowboys" tem umas partes meio estranhas, com Bruce meio cantando/falando, mas seu refrão a faz valer à pena. "Balls To Picasso" é um disco importantíssimo na carreira de Bruce. Um trabalho que lhe deu forças para seguir sozinho e encontrar um caminho pós-Iron Maiden. É também um registro diferente e certamente muito interessante. Bruce viria a tropeçar um pouco depois, achando que poderia mergulhar no mercado fonográfico focando na "bola da vez", a era Post-Grunge. Falhou, mas logo se reergueu e se fez novamente relevante. Algumas versões especiais deste disco trazem também algumas faixas criadas antes da parceria com Roy Z. Fica a dica para procurar. Tracklist: Cyclops 7:56 Hell No 5:11 Gods Of War 5:01 1000 Points Of Light 4:24 Laughing In The Hiding Bush 4:20 Change Of Heart 4:59 Shoot All The Clowns 4:23 Fire 4:27 Sacred Cowboys 3:51 Tears Of The Dragon 6:20 Banda: Bruce Dickinson - vocal Roy Z - guitarra Eddie Casillas - baixo David Ingraham - bateria
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