
Resenha
Woodstock
Woodstock - 3 Dias de Paz, Amor e Música
1970
Direção: Michael Wadleigh
Por: Fábio Arthur
Colaborador Especialista
22/07/2021
Três dias que marcaram a história da música
Um dos mais relevantes e ambiciosos projetos musicais, em que o agrupamento de uma juventude em busca de novos caminhos foi alicerçada pelo Festival de Woodstock em 1969. Realizado entre os dias 15 e 18 de agosto do ano de 1969, Woodstock Music & Art Fair trouxe a contracultura americana, a liberdade sexual, drogas e música de alto nível. Essa questão entre as preferências da juventude, por essa tal liberdade, acabou sendo uma fonte de um novo movimento, o dito Hippie. Um resumo grandioso foi lançado em VHS e nos cinemas sobre o festival, no caso, o documentário, que foi apresentado em 1970 por Michael Wadleigh e em 184 minutos de muita imagem de bandas, bastidores, jovens tomando banho no rio ao lado da fazenda e o uso contínuo de drogas, que era de fato algo natural de época. A versão de 220 minutos, lançada anos depois, ficou como preferida entre os fãs, no caso, a reedição trouxe Janis Joplin cantando, que de fato somente aparecia conversando na primeira parte. Temos também Joe Cocker ditando seu repertório para o organizador do cast e indo além, uma imagem mais viva com uma masterização sonora imperdível. De fato, em Woodstock, o que empolga é poder conferir o comportamento de época e a música, o Blues, Country e o Rock, além do Pop de uma geração passada. Crosby, Still and Nash são um banho de música à parte, com a linhagem violão e voz. Ten Years After mostrou uma paulada rocker com influência anos 50 total e Santana deixou sua marca entre o som latino e a sua guitarra vibrante. Hendrix também esteve lá e, após o boom de 500 mil pessoas, ele tocou em uma segunda de manhã para não mais que 35 mil pessoas que ficaram para apreciar seu trabalho em um auge perfeito. Jefferson Airplane, com a graciosa Grace Slick, entrou no palco às 6 da manhã e deixou o som mais leve, mais brando após a plateia ter visto o The Who anteriormente. Joan Baez tocou na primeira noite e se saiu muito bem em voz e violões, ditando contra tudo e todos e mantendo a atenção do público. Assim como ela e no mesmo dia, mas na abertura, Ritchie Havens teve a tarefa de incendiar como um trio acústico e tocar para os 500 mil ansiosos, e ele deu conta do recado, pois até uma faixa inédita - criada na hora em cima do palco - ele conseguiu fazer e agraciar sendo ovacionado. O festival teve seu lado negativo: pessoas morreram de overdose, e tinham dificuldades para usar o telefone, para se alimentar e até mesmo os artistas sofreram sem banheiros. Para chegar ao palco enorme na Fazenda de Max Yasgur em Bethel, os artistas tinham que caminhar sobre uma passarela improvisada e longa, sendo que no final dela o próprio camarim não existia. Bethel onde foi armado o palco na fazenda de gado leiteiro, fica a exatos 70 quilômetros de Woodstock, em verdade. Bob Dylan, que não se apresentou, morava na cidade de Woodstock. Micheal Lang, um dos criadores do evento, não pagou suas dívidas, somente os artistas, pois o público invadiu o festival, sendo apenas 200 mil pagantes, e enfim, o prejuízo foi enorme. No vídeo é mostrado o público entrando pelas cercas eletrônicas e também a dificuldade do promotor em lidar com tudo aquilo. Na verdade ao ver o filme, o espectador pode ter uma ideia sobre o estilo de filmagens de época, as formas como foram apresentadas o público e toda a natureza em volta do local. Woodstock não foi o evento dotado de paz somente e sim foi um percurso de uma tentativa de se realizar algo grandioso com lucros e seus afins, mas que no final, acabou sendo considerado evento clássico. The Beatles não estavam mais tocando na época, somente em estúdio. Rolling Stones não foram pela falta de dinheiro dos promotores para pagar a banda e The Doors se negou a tocar pelo fato de Morrison ter medo de plateias enormes. Jethro Tull se negou após perceber que era um festival Hippie - muito estranho isso, de fato - e assim, tantos outros não estiveram por lá. Mas de uma forma única, as bandas e artistas que lá estiveram, deixaram sua marca na história do evento. O fino da arte, um dos mais belos espetáculos de música e/ou entretenimento, vale por toda sua história e desenvoltura e assim segue até hoje como o maior de todos. Peace and love!
Nota: As publicações de textos e vídeos no site do 80 Minutos representam exclusivamente a opinião do respectivo autor
Comentários
IMPORTANTE: Comentários agressivos serão removidos. Comente, opine, concorde e/ou discorde educadamente.
Lembre-se que o site do 80 Minutos é um espaço gratuito, aberto e democrático para que o autor possa dar a sua opinião. E você tem total liberdade para fazer o mesmo, desde que seja de maneira respeitosa.
Sobre Fábio Arthur

Nível: Colaborador Especialista
Membro desde: 04/02/2018
"Obtive meu primeiro contato com o Rock, com o grupo KISS no final de 1983, após essa fase, comecei a me interessar por outros grupos, como Iron Maiden, do qual ganhei meu primeiro vinil o "Killers" e enfim, adquiri o gosto por outras bandas, como Pink Floyd, John Coltrane, AC/DC entre outras."
Veja mais algumas de suas publicações:
Visitar a página completa de Fábio Arthur
Sobre o filme

Woodstock
Woodstock - 3 Dias de Paz, Amor e Música
Ano: 1970
Direção: Michael Wadleigh
Avaliação geral: 5 - 2 votos
Avalie
Você conhece esse filme? Que tal dar a sua nota?
Faça login para avaliar
Continue Navegando
Através do menu, busque por álbums, livros, séries/filmes, artistas, resenhas, artigos e entrevistas.
Veja as categorias, os nossos parceiros e acesse a área de ajuda para saber mais sobre como se tornar um colaborador voluntário do 80 Minutos.
Busque por conteúdo também na busca avançada.
Faça login para comentar