
As novas bandas responsáveis pela renovação do rock!
Relacionado com: KadavarRival SonsBlues Pills
Kadavar, Rival Sons e Blues PillsArtigo
ArtigoPor: Márcio Chagas
Colaborador Sênior
10/11/2019
Os remanescentes do AC/DC estão gravando aquele que com certeza será seu ultimo álbum; o líder do Pink Floyd, David Gilmour afirmou que o grupo encerrou para sempre suas atividades. O Rush também não está mais na ativa. E sejamos sinceros: quem viu o último Rock in Rio percebeu que o Iron Maiden nos palcos não é mais aquele grupo que gravou o clássico “Live after Dead”. Os Scorpions também já anunciaram sua aposentadoria e Robert Plant declarou não ter mais idade para se reunir com o Led Zeppelin. Na verdade todas essas notícias, embora não esperadas, são fato comuns relacionados as limitações humanas devido à chegada da idade. Todos esses músicos consagrados citados acima, já passaram dos 60 anos e não tem o mesmo pique de antes. Uma turnê por mais glamorosa que possa parecer, é também muito desgastante. Dormir em hotéis todas as noites, resistir a mudanças climáticas, e se adaptar aos mais diferentes fusos horários, são tarefas para organismos jovens e saudáveis. Mas então fica a pergunta: Com a aposentadoria de todo esses medalhões, como fica o cenário rockeiro mundial? Eu te respondo que fica muito bem representado. Pois temos hoje em dia uma infinidade de excelentes novas bandas de todos o sub gêneros de rock, ou seja, tem para todo o gostos. Claro que será muito difícil um desses novos grupos conquistar a mesma notoriedade de um Led Zeppelin ou um Black Sabbath. Os tempos são outros, e com o advento da internet e do MP3 as vendas de CDs despencaram, impossibilitando as gravadoras de investirem pesado nesse novo grupos. Porém, nada disso impossibilita a renovação de um gênero tão diversificado popular e anárquico quanto o rock. Abaixo, fiz um breve comentário sobre várias novas bandas que estão sendo responsáveis pelo novo cenário mundial. Rival Sons –Jay Buchanan (vocal, harmônica), Scott Holliday (guitarra), Dave Beste (baixo) e Mike Miley (bateria). É um quarteto californiano que começou suas atividades no ano de 2008 e lançou seu primeiro trabalho em 2010. Mas foi só com o lançamento de “Preasure and Time” no ano seguinte que o grupo conseguiu reconhecimento de público e crítica. A principal influência da banda é o Led Zeppelin. Na verdade a influência é realmente escancarada, a ponto do mais desaviado achar que é um disco perdido da banda de Jimmy Page. Mas o grupo não se resume a copiar o Zeppelin. Os músicos adquiriram uma identidade musical própria, mesclada a outras influências como Jimi Hendrix, The Doors e outras bandas setentistas ao seu som. Se você é daqueles que só curte grupos antigos, o Rival Sons foi feito pra você. Discografia: Before the Fire - 2009 Pressure & Time - 2011 Head Down - 2012 Great Western Valkyrie - 2014 Hollow Bones - 2016 Feral Roots - 2019 Graveyard – Nihl Dahl (piano), Martin Holm (saxofone), Magnus Javerling (orgão), Joakin Nilsson (vocal, guitarra), Rikard Edlund (baixo) e Axel Sjoberg (bacteria). Esse grupo que surgiu na Suécia no ano de 2006 tem uma interessante peculiaridade: Eles possuem excelentes CD´s Gravados, mas todos com a sonoridade diferente. Esse é o foco principal do grupo. Fazer um hard rock calcado no anos 70, mas apostando na diversidade e renovação em cada um de seus novos trabalhos. O grande diferencial da banda é o vocal encharcado de whisky de Joakin Nilsson. Seu timbre é ao mesmo tempo limpo e rasgado, e sua performance de arrepiar. O grupo traz influências de Mountain e da Fase rockeira de Jeff Beck. Discografia: Graveyard (2007) Hisingen Blues (2011) Lights Out (2012) Innocence & Decadence (2015) Peace (2018) DeWolff – Robin Piso (vocal, órgão, piano), Luka Van De Poel (bateria) e Pablo Van De Poel (guitarra, vocal). Temos aqui um power trio vindo da Holanda. O DeWolff faz seu som calcado no órgão hammond, investindo em temas longos, com mais de 10 minutos e misturando rock progressivo, psicodélico, hard, tudo no mesmo caldeirão. Claro que sua principal influência são o ingleses do The Doors, até pelo fato de que também não utilizam um baixista. Mas se engana quem pensa que a banda se limita a eles. DeWolff tem tudo para ser um dos maiores e mais singulares grupos da nova geração. Discografia: DeWolff (EP 2008) (2008) Strange Fruits and Undiscovered Plants (2009) Orchards/Lupine (2011) DeWolff IV (2012) Grand Southern Electric (2014) Roux-Ga-Roux (2016) Thrust (Album) (2018) Vintage Trouble - Ty Taylor (vocal), Nalle Colt (guitarra), Rick Barrio Dill (baixo) e Richard Danielson (bateria). O quarteto vindo de Los Angeles, é outro excelente grupo que vem despontando na mídia por um pequeno diferencial. Embora seja um banda de rock, o Vintage Trouble possui em sua formação Ty Taylor, um cantor negro influenciado pela soul music. Na verdade a proposta aqui apresentada seria como se Otis Reding gravasse um disco acompanhado pelo Led Zeppelin. Rock e Soul convivem harmoniosamente nos trabalhos da banda, tendo a voz passional de Taylor como destaque completo, e muitas vezes caminhando lado a lado com a guitarra de Colt. Esses americanos lançaram de cara um álbum maduro e elegante com uma química que muitos músicos consagrados procuraram e nunca conseguiram encontrar. Discografia: The Bomb Shelter Sessions (2011) The Swing House Acoustic Sessions (2014) 1 Hopeful Rd. (2015) Chapter II – EP I (2018) Chapter II – EP II (2019) Kadavar – Christoph “Wolf” Lindermann (vocal e guitarra), Simon Bouteloup (baixo) e Tiger (bateria). Kadavar é um power trio alemão com uma proposta bastante interessante: o som dos músicos é pesado e muito influenciado por Black Sabbath. Porém, o grupo agrega em suas canções influências de rock progressivo e psicodélico mesmo não possuindo um tecladista. Os temas são arrastados e com longas passagens instrumentais. Imagine o Black Sabbath fazendo uma jam session com Syd Barret (primeiro guitarrista do Pink Floyd). Imaginou? Isso é mais ou menos o que você deve esperar desse excelente combo alemão. Discografia: Kadavar (2012); Abra Kadavar (2013); Berlin (2015). Rough Times (2017), Vintage Caravan – Óskar Logi Ágústsson – (vocais, guitarra), Alexander Örn Númason ( baixo, vocal de apoio), Stefán Ari Stefánsson (bateria, percussão). temos um outro Power trio vindo da gélida Islândia e liderado pelo guitarrista Ágústsson, bebe na fonte dos maiores nomes dos anos 60 e 70, como Black Sabbath, Cream, Deep Purple e ainda algo de progressivo com pitadas de psicodélico. Mas apesar das influências retrô, o grupo soube absorver e reciclar seu som, trazendo um certo frescor em suas canções. Com quatro trabalhos lançados, o trio mudou sensivelmente sua sonoridade em seu ultimo disco “Gateways” de 2018, abandonando a linha mais suja e agressiva e investindo mais na melodia. Nada que descaracterize o som do grupo, apenas uma evolução. Mas pra quem curte um som mais digamos, cavernoso, “Arrival” de 2015 deve ter a sua preferência. Discografia: The Vintage Caravan (2011) Voyage (2012) Arrival (2015) Gateways (2018) Scorpion Child – Formado em 2006 em Austin, no Texas, este grupo americano formado por Aryn Jonathan Black (vocal), Chris Cowart (guitarra solo), Torn “The Mole” Frank (guitarra base), Shaun Avants (baixo) e Shawn Alvear (bateria), apresenta um som diferente, além das influências clássicas dos anos 60 e 70, a banda traz para seu som, ecos de grupos menos conhecidos mas não menos importantes como Free e Humble pie, aliado a peso, influências de blues e improvisos característicos da psicodelia. Tudo amparado por riffs cavalares que deixariam Tony Iommy orgulhoso. Mais um grupo que soube combinar influências para criar um som próprio e contemporâneo. Discografia: Scorpion Child (2013) Acid Roulette (2016) Blues Pills – banda sueca formada por Elin Larsson (vocal), Dorian Sorriaux (guitarra), Zack Anderson (baixo) e André Kvarnström (bateria), o Blues Pills é, ao lado do Rival Sons, um dos grupos mais festejados surgidos na nova década, sendo reconhecido como os herdeiros do Led Zeppelin e dos grupos considerados clássicos. A banda começou sem grandes pretensões em 2011, e após lançar 3 EP´s, colocou no mercado seu primeiro disco completo, fazendo um enorme sucesso entre os ouvintes de rock clássico. Seu grande diferencial é realmente a vocalista Elin, que traz em seus vocais, influências claras de Janis Joplin, Grace Slick e até Stevie Nicks. Os músicos sabem valorizar a performance da loira, adicionando uma sonoridade clássica, com ecos de Hendrix, Led Zeppelin, Deep Purple alem da citada Janis. O grupo bebe diretamente da fonte sessentista da música, se orgulha disso, deixando transparecer inclusive na capa de seus discos e no vestuário dos músicos. Vale muito conferir o trabalho da banda. Discografia: Blues Pills – 2014 Blues Pills live – 2015 Lady in Gold – 2016 Lady in Gold Live in Paris – 2017
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