O renascimento de Neil Peart
Escolhido por muitos como o patinho feio na discografia dos canadenses, Vapor Trails tem seu valor, guardando bons momentos. Entre os brasileiros a questão muda um pouco, já que a banda aportava por aqui em seu primeiro show. Então, a lembrança e a nostalgia criaram um laço afetivo com disco, lançado meses antes dos históricos shows em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Não podemos esquecer que era um recomeço para o Rush, pelas trágicas "passagens" da esposa e da filha de Neil Peart. Um período triste que só valeu pelos trabalhos solos de Alex Lifeson e Geddy Lee. Outro ponto contestado era a mixagem, pela distorção exagerada e uma certa "sujeira" sonora. De minha parte, discordo, pois não sou muito adepto a produções cristalinas, entendo que algumas ficam mais artificiais que sorvetes de massa (aqueles, vendidos em maquinas de praça). E o remix em 2013, não obteve o efeito desejado. No quesito criativo, as canções saíram espontaneamente em formas de improvisos aproveitados nas gravações, com trechos colados e obviamente corrigidos. Os sintetizadores foram limados de vez, e os solos de Alex Lifeson quase que inexistem na forma convencional. Creio que a grande falha seja o numero de faixas em Vapor Trails, num total de treze!. Se o número caísse para dez, certamente o disco ganharia mais força, realçando as grandes faixas, pois algumas são desnecessárias na minha opinião, a exemplo de "How It Is", "Freeze (Part IV of "Fear")" e "Out of the Cradle". Tirando as questões negativas, o que temos, é um bom álbum de rock. Os destaques se encontram em "One Little Victory", "The Stars Look Down", "Secret Touch" e a faixa homônima. Outras pérolas estão na biográfica "Ghost Rider" e sua letra baseada no livro de Neil Peart, e sem esquecer "Earthshine", essa, presença garantida nos shows do trio. "Earthshine" ao vivo era tão poderosa quanto "One Little Victory", basta ouvir o solo de Lifeson e perceber o quão bem ele flui e captura os ouvintes. Quem conferiu o show em São Paulo ou acompanhou a banda em outras turnês, ainda tem suas notas ecoando na mente. Ouça o disco pelo menos duas vezes, alguns detalhes passam despercebidos a primeira ouvida. Vapor Trails não é um clássico, mas ainda é Rush, e isso já basta para ganhar nosso respeito.
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Sobre Marcel Dio

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Sobre o álbum

Vapor Trails
Álbum disponível na discografia de: Rush
Ano: 2002
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 3,85 - 10 votos
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