
Resenha
Gates To Purgatory
Álbum de Running Wild
1984
CD/LP
Por: Marcel Dio
Colaborador Sênior
17/08/2018
Um debut chocante e visceral!
Uma das melhores estreias do heavy metal encontra-se aqui, impressionante o impacto de ouvir esse tesouro oitentista pela primeira vez e constatar que após 34 anos o choque é quase o mesmo. Não há nada que desabone o debut, preserva a alma visceral do primeiro ao ultimo segundo. O famoso disco para "limpar a casa, o quintal e o abrigo", e se não for rápido o bastante para fazer isso em meia hora, coloque-o no repeat! Longe da futura temática pirata, o Running Wild apostava em letras mais sombrias. A speed "Victim of State Power” ia direto ao ponto com guitarras cortantes e bateria igual a trem descarrilhado. O que Wolfgang Hagemann toca não é brincadeira. Marchando para o exército de satã, vamos com outra pedrada mortal chamada "Black Demon", desacelerada em relação a anterior e com um refrão soberano Black Demon torna-se viciante, levando qualquer banger ao êxtase. "Preacher" segue a cadencia com vocais cavernosos e alguns riffs a lá Black Sabbath (fase Ozzy) É tão simples que beira a tosquice, tosquice das boas. A clássica "Soldier of Hell" já aposta na melodia das guitarras. Sem perder o folego, o debut segue o ciclo com as velozes "Diabolic Force" e "Adrian S.O.S", faixas que seriam o encontro do Slayer com a pegada inglesa da NWOBHM. "Gengis Khan" tem duas levadas de guitarra (com exceção do solo) que se repetem com algumas variações. Crueza e intensidade é a palavra adequada, "menos é mais" para o Running Wild. As portas do purgatório são fechadas com a imortal "Prisoner of Our Time" e seu refrão desgracento de bom. Na segunda parte próxima ao fim, a intensidade vocal aumenta ligadamente aos solos de guitarra. Enfim, o batismo de fogo do Running Wild era alcançado com nota máxima, deixando o "Sete Peles" orgulhoso. Branded Exile de 1985 complementa o trabalho inaugural com o mesmo vigor e rebeldia. A virada sonora dos alemães surge com Under Jolly Roger (1987), desta vez abandonando letras satânicas e apostando na temática pirata, além do refinamento sonoro com maior dose melódica. Deu tão certo que os trabalhos posteriores seguiram a mesma linha, tornando-se marca registrada, assim como os conterrâneos do Tankard fizeram com o mote "cerveja". Mexer em time que esta ganhando é besteira, mas, a certa altura a exploração do tema saturou junto com a criatividade sonora. Após o excelente Piles of Skulls o Running Wild tornou-se mera cópia, lançando álbuns medianos, numa formula que perdeu a eficácia e a graça.
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Sobre Marcel Dio

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Sobre o álbum

Gates To Purgatory
Álbum disponível na discografia de: Running Wild
Ano: 1984
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,5 - 5 votos
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