
Resenha
The Years Of Decay
Álbum de Overkill
1989
CD/LP
Por: Marcel Dio
Colaborador Sênior
11/08/2018
O thrash metal devastador dos americanos
De certa forma o Overkill pode ser considerado uma banda injustiçada, assim como Nuclear Assault e os canadenses do Annihilator. Uma discografia tão consistente, embora sem tanto reconhecimento dentro da alta patente do thrash. É claro que os verdadeiros fãs do estilo entendem e respeitam a importância deles no cenário, afinal, quem gosta do grupo pouco liga com a negligencia da mídia. O quarto disco The Years of Decay dá uma freada na rapidez thrash dos primeiros lançamentos e esbarra de forma ousada em sons mais compassados, como o doom metal por exemplo. A abertura com "Time to Kill" é uma bela surpresa, o demoníaco Bobby "Blitz" Ellsworth canta tal qual o Udo Dirkschneider, característica de timbre rasgado e raivoso. A seção rítmica impõe respeito com DD Verni e o timbre médio agudo estalado. O batera Bob "Sid" Falck dispensa comentários. "Elimination" e "I Hate" pegam elementos do contemporâneo Anthrax (fase State of Euphoria) embarcando também pelo lado do speed. O espirito inovador de The Years of Decay aparece com mais força na clássica e modulante "Nothing to Die For". Entrosamento perfeito e uma parede devastadora de riffs sobre uma "cozinha" complexa. DD Verni brinca com o contrabaixo ao arriscar até uns slaps no meio da faixa. A união do heavy com seu filho doom consegue êxtase sonoro, ainda mais na mão de quem sabe fazer. "Playing with Spiders/Skullcrusher" é um bom exemplo desse crossover e escancara a evolução perante aos primeiros lançamentos. Obvio que a canção de ritmo marchado não se arrastaria somente em notas densas e pausadas, "Playing with Spiders/Skullcrusher" tem seus momentos rápidos intercalados de forma brilhante. Só os mais antenados percebem que a estranha introdução e os dedilhados de "Who Tends the Fire" tem influencia de Gustav Holst, na épica The Planets - Mars, the Bringer of War, emprestada descaradamente pela obscura banda Andromeda e posteriormente colocada em pratica na longa introdução de Am I Evil? do Diamond Head. No minuto final os americanos dão uma verdadeira aula de entrosamento. A introspectiva faixa título começa com um belo dedilhado e assim progride por três minutos, ganhando a força da bateria e dos riffs abafados, mantendo a estrutura harmônica quase até o final. Méritos para o ótimo solo de Bobby Gustafson. O hino Evil Never Dies" se faz obrigatório em todos os shows do Overkill, sob pena de morte se ousarem menosprezá-la. Uma obra sem igual do thrash, dispondo em seu refrão o ponto crucial. O melhor registro do Overkill, tem como característica a habilidade dos músicos e as frequentes variações rítmicas. Como baixista, faço ressalvas a DD Verni, colocando o músico no panteão dos grandes baixistas do thrash metal ao lado de Cliff Burton, David Ellefson e Dan Lilker.
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Sobre Marcel Dio

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Sobre o álbum

The Years Of Decay
Álbum disponível na discografia de: Overkill
Ano: 1989
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,83 - 3 votos
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