Usina nuclear de riffs
Destruction mantem um ritmo de bons lançamentos por anos a fio, a exceção do intragável Metal Discharge. Nunca renderam-se a indústria para amenizar suas características na velocidade e riffs ríspidos, pode ser questão de honra, embora não precisem basear-se nisso pela "eternidade". Chama a atenção as resenhas em torno de Diabolical, não tem sido aclamadas nas que vi. Talvez o pessoal tenha enjoado, ainda com o desagrado de produções finas ou digitalizadas, o que é como tomar uma picada de vespa cavalo do cão para um fã da velha escola. Entretanto, seus conterrâneos Sodom e Kreator usam o mesmo esquema. O thrash sujo por natureza está enterrado em algum cemitério secreto, nomeie-se por passado, portanto, ache uma máquina do tempo ou use o youtube para enxugar suas lágrimas não digitais. Em Diabolical não existem oscilações radicais, verdadeiramente abaixo do sol thrash não há nada novo, apenas retoques. O Destruction tenta com suas armas e consegue um disco digno de nota, nivelando com os dois anteriores. Os fãs não estão contentes, eu sei, não gostaram da saída do guitarrista Mike Sifringer, um dos fundadores. Mike desconectou-se e sem mais explicações deixou de participar em Diabolical, sequer indo aos ensaios. Por mais que sua importância seja inquestionável, o som não perdeu a personalidade. Observando comentários, cheguei a um que comparou-os com o Kreator, deixando em aberto uma suposta imitação. Minha resposta é totalmente contrária, Kreator tem sua fórmula mágica de fazer, assim como os riffs do Destruction são marcas registradas e não se misturam tão facilmente. A voz do meu xará está melhor, sem os agudos tão estridentes do passado. Diabolical carrega uma usina nuclear sonora que deveria pisar no freio as vezes, dar um tempo para o ouvinte com um pouco de cadencia, a exemplo da maravilhosa Tormented Soul, sem dúvidas a melhor do álbum. Whorification não fica tão atrás, as inúmeras progressões são para deixar qualquer um maluco! E a faixa título pega a terceira colocação. Não, não temos um clássico nos arredores e sim um trabalho honesto que faz lembrar o comercial antigo da Philco com as formigas voando e os dizeres: "isso não é um som, é um tapa na orelha!". No próximo álbum espero que tenham atrevimento para romper a tradição e escrever um capitulo diferente, como fez o Kreator com Renewal e Endorama, senão... ficaremos na frase bíblica citada num parágrafo qualquer desse texto. Espero que entendam minha ótica aparentemente paradoxal, pois os consagrados precisam rompem estruturas sem dar a mínima para a torcida reacionária. Do mais, é um ótimo lançamento.
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Sobre Marcel Dio

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Sobre o álbum

Diabolical
Álbum disponível na discografia de: Destruction
Ano: 2022
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4 - 1 voto
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