Item: Novo Som - Luz
Rating: 4.5
Author: Diogo Franco

Resenha

Luz

Álbum de Novo Som

1993

CD/LP

Por: Diogo Franco

Colaborador

28/01/2022

Um marco na música gospel

Um ano após lançar o clássico Passaporte, o Novo Som precisava se manter no topo e isso significava não tirar o pé e manter a ousadia mostrada no disco anterior (ainda que de maneira tímida). Pois o Novo Som foi além e expandiu seus horizontes, lançando a primeira música romântica da história da música gospel: a balada Eu e Você, tocada exaustivamente de 10 entre 10 casamentos evangélicos na época. Quer mais? Luz abre o disco com uma sonoridade já conhecida do grande público, já que o Roupa Nova estava no auge e as influências aqui estão claras. O funk também dá as caras com Deste Sentido Ao Meu Viver, numa levada meio Sandra de Sá em Olhos Coloridos. O hard rock/aor também está presente, com a belíssima Para Sempre, num dos mais belos arranjos de guitarra de Natinho. A canção É Assim, segue a linha da música Passaporte, do disco anterior, com uma letra fazendo uma comparação entre a vida com Deus e uma vida sem rumo, tudo permeado por uma harmonia soberba. Jesus Cristo Vem é um funk/soul composto por Alex Gonzaga, usado até hoje na abertura de show dos caras, com instrumental complexo e ritmado, cheio de quebradas nos riffs e groove pulsante nunca antes visto na música cristã. O disco encerra com Meu Nome É Jesus, uma canção do primeiro disco, aqui com um arranjo mais caprichado e melodia vocal mais limpa e valorizada, além do já conhecido bom gosto para harmonias de Ney no teclado.

Esse disco só não é perfeito por causa do tal Rap 396, que como o nome sugere é uma tentativa de Rap (que virou mais um soul incrivelmente mal tocado com uns vocais constrangedores) de um louvor do Cantor Cristão (conhecido hinário popular no meio cristão desde os anos 70), ridícula e sem inspiração, que não faz jus à letra inspiradíssima da canção original. Fora isso, esse é mais um clássico do meio cristão, e da música popular brasileira (pra que restringir a boa música?), que ganhou prêmio de melhor capa 1 ano após seu lançamento, com uma produção mais arrojada e de muito mais qualidade que seus antecessores, tornando-se indispensável pra quem deseja conhecer as raízes da música evangélica no Brasil.

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