Um clássico do novo milênio!
Na década de 2010 houve um resgate da sonoridade setentista, com muitas bandas como Graveyard e Rival Sons indo beber diretamente na fonte de grupos como Led Zeppelin, Black Sabbath e Cia. Porém na década anterior, mais precisamente no ano de 2005, um trio australiano formado pelo guitarrista e tecladista Andrew Stocksdale, o baixista e tecladista Chris Ross e o baterista Myles Heskett, lançava seu primeiro álbum. Na época, o grupo já se inspirava nos anos 70, mais precisamente nos três pilares do rock pesado: Led Zeppelin, Black Sabbath, algumas pitadas do Deep Purple, além de outras influências importantes vindas de grandes trios como Blue Cheer e Cream. Assim como Iommy, Stockdale é um riffmaker nato, conseguindo apresentar uma identidade própria na criação de bases e solos sem que o grupo soe como uma mera cópia das bandas supracitadas. Ross e Heskett formam uma cozinha coesa, pesada e muito eficiente, como se colocasse nos trilhos os riffs criados pelo guitarrista. Embora tenha seu som calcado nos ícones do rock pesado, o grupo conseguiu processar essas influências e trazê-las para a atualidade, adicionando inspirações de grupos mais contemporâneos como Queens of the Stone Age. A abertura com a magnífica “Dimension” mostra que o trio fez bem o dever de casa: Uma sonoridade crua e “suja” com baixão pesado e a voz de Andrew a frente; Outros bons destaques: A maravilhosa quase balada “Where Eagles Have Been”, com suas variações rítmicas; “Witchcraft”, que tem um pezinho no Traffic de Steve Winwood, notadamente pelo uso de flautas e percussão; A sinfônica “Mind´s Eye”, que sofre forte influência do progressivo; “Colossal” é uma das minhas favoritas por ser uma canção sincopada no melhor estilo Sabbath, com um riff Zeppeliano comandando o tema; “Love Train” tem uma percussão malandra e um groove que nos remete a “Sympathy for the Devil” dos Stones; E ainda vale mencionar a Sabbathica “Pyramid”, que parece ter saído de uma Jam informal; Confesso que é difícil definir quais canções merecem destaque, pois todo o álbum é acima da média e todas as músicas foram compostas pelo trio. Wolfmother, o álbum, foi lançado em outubro de 2005 e obteve grande reconhecimento da comunidade musical, angariando fãs do porte do baterista Lars Urich (Metallica). Musicalmente o disco mostrou que quando se tem grandes músicos e compositores é possível fazer um excelente álbum de rock sem se manter preso a uma sonoridade excessivamente retrô. Uma pena que três anos após o lançamento do disco, Ross e Heskett deixaram a banda, obrigando o guitarrista Stocksdale a reformular o trio, que acabou perdendo muito de sua magia.
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Sobre Márcio Chagas
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Sobre o álbum

Wolfmother
Álbum disponível na discografia de: Wolfmother
Ano: 2005
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,5 - 1 voto
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