Quebra um galho, mas... falta algo
Em plena ascenção do heavy metal o Nazareth viu-se perdido meio ao um tiroteio. O efeito não causou danos laterais somente na banda escocesa, e sim no hard rock em geral. Quase todos os grupos despencavam de seus postos e abrandavam o som para buscar alternativas. Comparado aos outros até que o Nazareth sofreu menos e cumpriu um papel interessante com Malice Wonderland, The Fool Circle, 2XS, Sound Elixir e também o controverso Cinema. Na verdade são discos que num apanhado geral não fazem feio ao ponto em que ficam em dívida com os anos 70, pode parecer papo de velho nostálgico e talvez seja. Ops, sem esquecer do excelente Snake N Ladder de 1989. Em The Catch o exagero está em algumas batidas eletrônicas, mais pelo sintetizador e também a oferta escassa do hard rock, ao que o "mamão com açúcar" pode ser a palavra certa. Party Down dava a luz do direcionamento, por ser repetitiva ao extremo, cujo a ousadia encontra-se em solos fragmentados como improviso em meio ao conjunto linear. O pecado é o vocalista repetindo a palavra Party Down por incontáveis vezes, haja paciência !. Para Ruby Tuesday o mérito é pegar o cover do Rolling Stones e apoderar-se de uma canção um tanto esquecida ao lhe dar a cara do Nazareth. Tanto é verdade que muitos recordam mais do cover do que a original (pelo menos no meu caso). Last Exit Brooklyn aproveita-se de uma levada legal nos graves, conquanto não tem nada relevante para o restante. Apesar das críticas, Moondance é minha balada preferida do Nazareth. As harmonias das guitarras trabalham de forma simples e estonteante e a voz de Dan McCafferty ganha reconhecimento por timbre único. Não tem como não gostar, Nazareth assim como o Scorpions, são peritos nesses padrões. Desde que o exagero não estrague, a proposta é valida. Por exemplo, intercalar faixas mais leves com aquelas dispostas de mais energia, e o erro encontrando nesse álbum é encostar Moondance a Love Of Freedom com toda sua letra emotiva, que seria mais conveniente a Bruce Springsteen. This Month's Messiah é um retorno ao passado, salta aos olhos por ter boas bases e solos. Pena a bateria ficar naquela de só marcar o ritmo, deveria ser menos quadrada e ainda manter a pegada. I Dont Believe in Us retoma a proposta comercial e sem tanta graça que o disco apresenta, fosse qualquer banda pilantresca do hair metal seria escolhida como ponto forte, mas trata-se do Nazareth e a cobrança vem de quem tem a oferecer e oferecer algo melhor. Na velha forma do blues rock Sweetheart Tree também não entrega novidades, belo exemplo de como pegar um leque de 50 canções do Status Quo e escolher a sorte. Pelo termino, Road To Nowhere emolda-se na intenção citada acima, um pouco mais torturante, apesar do tempo menor.
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Sobre Marcel Dio

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Sobre o álbum

The Catch
Álbum disponível na discografia de: Nazareth
Ano: 1984
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 2,83 - 3 votos
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