
Resenha
Death Magnetic
Álbum de Metallica
2008
CD/LP
Por: Fábio Arthur
Colaborador Especialista
05/05/2021
Buscando as origens
Em 2008, após um hiato de cinco anos, o Metallica chegava com um disco totalmente reverso de seu passado de anos anteriores. A banda, em uma tentativa de soar como seus gloriosos anos dourados, veio com uma premissa ampliada em Metal; mas com ressalvas. Já em 2005 eles estavam planejando esse trabalho, o fato é que, por exemplo: Hetfiled não tinha voz de outrora, Lars não tocava com a mesma intensidade, Kirk não elaborava nada de novo e Trujilo se mantinha tocando bem, mas envolto na bagunça toda. O grupo, trazia músicas rápidas em estilo Thrash antigo, mas sem aquele teor real da coisa toda, a banda tentava se aproximar com uma espécie de "Black Album" e "Master of Puppets", inclusive trazendo "The Unforgiven III" como continuação e sendo muito ousada nesse quesito. São 75 minutos entre momentos bons e alguns demasiadamente exaustivos. Rapidez desnecessária em certos pontos, músicas alongadas e repetitivas e uma produção descompromissada de Rick Rubin - o mesmo deixava a banda sozinha e voltava entre as sessões diárias. Todo esse aparato chegou como sucesso para fãs mais novos e fãs absurdamente amantes do grupo. A banda chega enjoar com as falhas recorrentes do trabalho. Foram em torno de 6 singles e em sua maioria nenhum deles são necessários e/ou interessantes, talvez deixando o sinal verde para as faixas "All Nightmare Long" e "The Day That Never Comes". O álbum chegou como preferido em número #1 na Billboard, mas de fato, era a curiosidade e o nome que estavam sendo vendidos. Esse trabalho peca e muito, o nível baixo como já citado de produção, atinge o absurdo de deixar o ouvinte enjoado, mesmo nas faixas boas. A banda se gabava muito antes do lançamento, afirmando que voltaram as raízes, quando todos nós sabemos que recorreram ao som de outrora para chamar atenção do público no geral. E aqui soa bem falho por sinal, pois em "LOAD" eles soam bem mais honestos do que essa cópia mal feita de Metallica oitentista. O grupo elogiou Rubin pelo trabalho, mas, a fundo, os fãs que conseguiram assimilar a fórmula real do setlist sabem que isso foi bom apenas para a banda e é vergonhoso uma grande banda como o Metallica lançar um disco sem ter um mínimo de transição entre guitarra e bateria; os instrumentos embolam em certos pontos sem cessar, deixando as faixas ainda mais cansativas. Por fim, essa "loudness war" - compressão sonora do material - é o que mais deixa o ouvinte sem entusiasmo, com outro ponto sendo a falta de refrãos aptos e uma maior gama de riffs melhores. Toda essa falta chega como um disco perdido e sem necessidade de ser trazido à luz do dia. Em um dos momentos bons está a faixa de abertura "That Was Just Your Life" que abre o trabalho. E mais ao final do álbum, "The Judas Kiss". Sem soar nobre ou imponente, a banda reage de forma errada, forja seu próprio EU, e se afunda em um nível baixo para seu nome. Comprei quando saiu em CD, mas o disco vendeu 60.000 em streaming já na época. Meu dissabor pelo trabalho foi tão grande que ouvi ele três vezes apenas, e para fazer essa resenha eu o ouvi novamente mais duas vezes - isso anos depois, vejam só - e minha crença de que é um disco fraco não muda em nada, até mesmo em sua arte que foi inspirada pelo falecimento do vocalista do Alice in Chains não ajudou a curiosidade. Há quem goste, há quem diga que fica entre o sim e não, e há quem deteste esse trabalho. O fato é que a banda não foi coerente em nada nesse material, deixando a desejar, e muito.
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Sobre Fábio Arthur

Nível: Colaborador Especialista
Membro desde: 04/02/2018
"Obtive meu primeiro contato com o Rock, com o grupo KISS no final de 1983, após essa fase, comecei a me interessar por outros grupos, como Iron Maiden, do qual ganhei meu primeiro vinil o "Killers" e enfim, adquiri o gosto por outras bandas, como Pink Floyd, John Coltrane, AC/DC entre outras."
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Sobre o álbum

Death Magnetic
Álbum disponível na discografia de: Metallica
Ano: 2008
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 3,39 - 14 votos
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