
Resenha
The Clockwork Universe
Álbum de Thieves' Kitchen
2015
CD/LP
Por: Roberto Rillo Bíscaro
Colaborador Top Notch
04/02/2021
Universo prog delicado
Dois membros do sueco Änglagård participaram das gravações de The Clockwork Universe, o que não surpreende, uma vez que o tecladista Thomas Johnson, era membro do grupo prog escandinavo. The Clockwork Universe, em linhas gerais, combina elementos de bandas sinfônicas, como o Yes, com elementos jazzísticos da cena setentista de Canterbury, que, se não comercialmente tão bem sucedida, produziu combos ótimos, como Caravan, Camel, The Soft Machine e Hatfield and the North. O agradável é que o TK não soa como desfiguração de nenhum estilo; antes, combina elementos com suas próprias características para produzir um som só deles. Library Song abre com uma orgia de baixo, guitarra ótima de jazz e órgão nervoso; tudo muito bem executado, intrincado e com uma dinâmica fluída. Pena que o vocal de Amy Darby seja meio mortiço e dê a impressão de desconexão com o instrumental, resultando em estranheza negativa. A vocalista e a mixagem se redimem em Railway Time, onde a melodia é conduzida pela voz em mais de um trecho. Há 2 faixas instrumentais. Astrolabe é delicada valsinha de ninar, onde fios de guitarra e teclado se enlaçam e Orrery traz um tapete de órgão e a doce flauta de Anna Holmgren realçando uma melodia circular, ou melhor, elíptica como a órbita planetária sugerida pelo título. As 6 canções de The Clockwork Universe têm ligação com ciência ou tecnologia. Prodigy inicia com delirante diálogo entre teclado Hammond e guitarra e baixo, que exclamam amor por Steve Howe e Chris Squire, mas logo entra a flauta que dilui a ideia de possível cópia. É que o som das grandes bandas prog da fase áurea virou fitas de DNA musical do sub-gênero. Fãs do Genesis notarão ecos de Tony Banks e Steve Hackett também. Os quase 20 minutos de The Scientist’s Wife apresentam os trechos mais Canterbury, especialmente na alentada introdução de uns 5 minutos. Com diversas mudanças de andamento, poderia ser o centro do trabalho, mas, embora o casamento de Yes com Soft Machine não deixe de ser interessante, o TK não mantém o gás o tempo todo.
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Sobre Roberto Rillo Bíscaro

Nível: Colaborador Top Notch
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Sobre o álbum

The Clockwork Universe
Álbum disponível na discografia de: Thieves' Kitchen
Ano: 2015
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 3 - 1 voto
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