
Resenha
The Darkened Room
Álbum de IZZ
2009
CD/LP
Por: Tiago Meneses
Colaborador Top Notch
18/01/2021
Um álbum completo de músicas complexas e interessantes
Não há a menor dúvida que os estadunidenses da IZZ são um dos grandes nomes da atual cena do rock progressivo mundial e que o ajuda a se manter mais vivo do que nunca. Sempre procurando fazer um rock progressivo cativante e poderoso, além de emocionante, envolvente e especialmente original. Claro que é possível notar, por exemplo, influências de Yes e Genesis nas suas músicas, mas estes elementos são maravilhosamente combinados com suas próprias ideias em muitas vezes reviravoltas musicais surpreendentes. The Darkened Room é o quinto álbum de estúdio da banda e que pode agradar tanto os amantes de rock progressivo mais clássico quanto aqueles mais ligados no que foi feito a partir do surgimento do neo progressivo. “Swallow Our Pride” é a peça de abertura do disco. A música vai emergindo em um território eletrônico barulhento, mas ainda assim suave. Os vocais então chegam e pouco depois a banda soa como um clássico rock progressivo moderno e temperamental. A faixa passa por momentos de metal, progressivo moderno e também de influência clássica antes de cair para um som ambiente liderado por um solo de teclado bastante viajante, até retornar para o tema central antes de se encaminhar para o fim. “Day Of Innocence” começa através de um violão que conforta e logo tem como companhia linhas de baixo sólidas. O Vocal e alguns elementos fazem parecer que vai haver uma explosão sonora, mas em vez disso, o clima acústico retorna, porém, pouco depois a faixa enfim chega a um território meio hard rock. Tirando o momento não lírico dos vocais, se trata de uma faixa essencialmente instrumental. “Regret” começa de maneira bastante suave e bonita. Segue em uma batida simples, sendo uma faixa que possui a qualidade de uma balada por vários motivos, mas a banda também consegue agitar e incorporar uma série de camadas variadas por cima do seu som. Possui um solo de baixo claramente influenciado por Chris Squire. “Can't Feel The Earth - Part I” novamente tem um início suave, mas que depois se transforma em uma jam progressiva simplesmente matadora e influenciada muito pelos trabalhos da formação clássica do Genesis, ganhando depois uma nova direção agora para algo mais ligado ao fusion – se eu não tiver exagerando. A banda ainda segue mais algumas novas direções, pois parecem estarem tocando completamente livres neste momento. Então que a banda enfim mostra algo com mais clareza e nos leva para um território progressivo tradicional, deixando a faixa mais melódica a partir daí e tornando a peça mais poderosa à medida que ela vai avançando. Uma faixa muito complexa e que termina deixando um gancho para a faixa seguinte. “Ticking Away” começa em um ritmo mais rápido e muito cativante. Parece um pouco Genesis, mas também é possível notar um pouco de Yes, mas obviamente, sem perder a sua identidade musical.”Can't Feel The Earth - Part II”, sendo a segunda parte da trilogia, com mais de dez minutos é a faixa mais longa do disco. Já começa em um território progressivo com um trabalho de guitarra frenético, além de linhas de baixo acentuadas, teclados sinfônicos e uma bateria discreta, porém forte. Antes dos primeiros vocais – que são femininos – algumas linhas de baixo parecem esperá-los. Na música também há espaço para uma série de seções e sons variados, dando a faixa um elemento épico. Inclusive, são tantas mudanças que não saberia exatamente como incluir todas aqui. O que acaba sendo interessante, pois se você não estiver gostando do que está ouvindo – o que eu acho muito difícil -, não será necessário esperar muito para que tudo mude. “Stumbling” é mais um típico rock progressivo matador. Uma mistura soberba de muitos elementos do progressivo moderno com outros da era clássica. Possui uma carga dramática e mudanças de andamento suficientes para agradar qualquer fã mais purista do gênero. “The Message” possui um baixo forte e linhas de piano delicadas que criam uma base muito suave para os vocais e algumas interrupções de guitarra solo. Não é uma faixa ruim, mas é o momento de menos brilho do álbum. “23 Minutes Of Tragedy” é mais uma faixa que considero um dos destaques do disco. Começa com uma guitarra suave e uns vocais macios. Mas sobre esta ideia inicial a faixa vai adicionando cada vez mais complementos em seu segmento, até chegar a um momento que tudo se torna bastante intenso e poderoso. Possui um solo de guitarra que rasga a música enquanto o restante dos músicos cria uma ambientação meio Pink Floyd. Não é apenas uma das melhores faixas, mas talvez o momento mais emocionante do álbum. “Can't Feel The Earth, Part III” é a terceira parte da trilogia e que também encerra o disco. É uma faixa muito contemplativa que tem o início liderado por algumas bonitas notas de guitarra, sendo logo em seguida levada para uma linha instrumental que é a cara da banda. Ela possui algumas ostentações de vocais duplos, linhas de baixo intrigante e guitarra com peso na medida certa, além de um teclado que possui uma magia fina – tudo tipicamente nos moldes da banda. Um encerramento de disco matador. The Darkened Room é um disco realmente impressionante. Apresenta uma grande variedade de sons, mas sempre muito bem orientados, fazendo com que a banda passeie desde alguns momentos pop à linha progressivas clássicas sem que em hora algum soe de forma incoerente. No fim é oferecido ao ouvinte um álbum completo de músicas complexas e interessantes.
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Sobre Tiago Meneses

Nível: Colaborador Top Notch
Membro desde: 28/09/2017
"Sou poeta, contista e apaixonado por música desde os primórdios da minha vida, onde o rock progressivo sempre teve uma cadeira especial."
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Sobre o álbum

The Darkened Room
Álbum disponível na discografia de: IZZ
Ano: 2009
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,5 - 1 voto
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