Fãs de Deep Purple e Uriah Heep podem se interessar pela música da banda
A banda norueguesa Titanic foi – ou ainda é, não se se estão de volta a ativa - uma banda de ótimos músicos e um bom vocalista que assim como tantos outros casos de outros países, decidiu cantar em inglês, muito provável para que a música do grupo pudesse atingir o sucesso comercial com mais facilidade. Em seu primeiro álbum, eles parecem querer fazer uma homenagem ao som de suas bandas favoritas sem a necessidade que sejam covers, como Santana, Procol Harum, Beatles, Cream e Jethro Tull, mas também direcionando sua música para algo apenas deles, sendo assim, não precisa que ninguém se preocupe em relação a falta de estilo próprio ou coisas do tipo. “Searchin” é a faixa que inicia o disco. Ela possui exatamente o arquétipo de uma faixa forte de heavy-prog – não que a banda possui este estilo, mas aqui ela soa muito nessa linha. O trabalho de órgão é muito bom, só que mais tímido do que o feito por lendas como Lord e Hensley. Vale a menção do ótimo trabalho de percussão ainda antes do meio da faixa que remete muito ao Santana. Um começo de disco bombástico. “Love is Love” faz com que o disco continue com o clima pesado e psicodélico. É novamente uma faixa bastante poderosa e dinâmica. A seção rítmica mostra o baixo e bateria de forma deslumbrante. “May Jane” direciona o álbum para uma linha mais de balada. É incrível ver que os arranjos desta faixa foram assinados por William Sheller (um cantor francês muito popular, mas quase desconhecido naquela época). Uma música romântica - não muito comovente - voltada principalmente para o teclado. “Cry for a Beatle” possui um nome que me faz pensar que se trata de uma homenagem ao Fab Four. Ligeiramente jazzística e com uma atmosfera que parece ter a intenção de soar melódica. É uma boa faixa, mas neste caso eu não posso dizer que chega a me cativar. “Something On My Mind” é a música mais pesada do disco e sua introdução soa quase como um doom, sendo uma faixa mais voltada para guitarra, sai um pouco da ideia de que o que caracteriza a banda é o uso de órgão – no caso, sai da ideia só agora mesmo, pois no geral é exatamente isso. Eu adorei esse som. Agora queria falar rapidamente sobre as próximas duas curtas faixas, “Firewater” e “Schizmatic Mind”, ambas são fracas em comparação a tudo que foi apresentado até aqui. “Firewater” carrega alguns usos de metais que particularmente acho que ficaram completamente deslocados, enquanto que “Schizmatic Mind” é um som meio antiquado sem o mesmo vigor de outras faixas, “I See no Reason” é a maravilhosa faixa que encerra o disco. Começa de forma serena como uma balada de rock clássico – novamente com órgãos e baixo poderosos – e vai entrando em uma crescente maravilhosa cheias de tons muito agradáveis, bem como alguns ótimos vocais de apoio. A faixa acelera para que seja oferecido um solo de guitarra bastante emocional – e pra mim o melhor entre todas as músicas da banda. Pode ser considerado um excelente momento de música progressiva pesada. Um final incrível para o disco. No fim das contas, apesar de algumas derrapagens, um disco bastante sólido, uma estreia muito segura com muito hammond e guitarras fortes quando acionadas. Considero que fãs principalmente de Deep Purple e Uriah Heep podem se interessar pela música da banda.
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Sobre Tiago Meneses

Nível: Colaborador Top Notch
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"Sou poeta, contista e apaixonado por música desde os primórdios da minha vida, onde o rock progressivo sempre teve uma cadeira especial."
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Sobre o álbum

Titanic
Álbum disponível na discografia de: Titanic
Ano: 1970
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 3 - 1 voto
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