Item: Sturgill Simpson - Sound & Fury
Rating: 3.5
Author: José Esteves

Resenha

Sound & Fury

Álbum de Sturgill Simpson

2019

CD/LP

Por: José Esteves

Colaborador Especial

10/12/2020

Incansável e Denso

Com três álbuns de sucesso quase que absoluto, Sturgill Simpson começou a trabalhar no seu próximo. O conceito começou com Eminem e a ideia de fazer um álbum sobre o quão incrível é a banda que toca a música; quando o vocalista percebeu que eles teriam que exagerar isso até o 11, ele percebeu que tinha uma joia em mãos. O álbum viria a ser recebido muito positivamente, com um vídeo acompanhamento do Netflix e uma indicação ao melhor álbum de rock no 63º Grammy.

O disco é inexorável, sem um único momento de descanso ou relaxamento, com as músicas se unindo sem perder energia. Por conta disso, acaba perdendo um pouco de boa vontade, considerando que tem poucos momentos em que você pode pensar no que você ouviu, digerir o que foi feito. O vocal do Sturgill Simpson não é nada incrível, mas a guitarra dele é fantástica, com a banda de apoio não muito atrás disso. A produção do álbum peca aqui e ali, mas considerando que a atmosfera musical do momento é propícia aos lo-fi, acaba encaixando bem no projeto como um todo, ainda mais que o conceito é um rádio de um carro sintonizando estações (tenho quase certeza que tem um trecho de um podcast do Alex Jones no começo, o que me faz questionar toda a empreitada).

Por causa do background diverso do vocalista, as músicas costumam ser “rock com um twist”: desde o throwback aos anos 60 na forma de “Last Man Standing”; o boogie rock “A Good Look” com um synth ajudando a criar um baixo muito bem feito; o bluegrass rock “Remember to Breathe”; até a balada country “All Said and Done”, que tem um excelente solo de guitarra. A única faixa que acaba exagerando e pendendo para o lado negativo é a última, “Fastest Horse in Town”, porque é tanta camada de super produção em todas os níveis que a música vira um sludge blues que beira ao inescutável.

A melhor faixa do álbum é “Mercury in Retrograde”, uma faixa que o vocalista se sente em casa cantando. Algo de country existe, mas o vocal é simples o suficiente para ver que houve pouca produção feita na linha melódica, além de uma guitarra incrivelmente boa. O sintetizador, que é constante no álbum, funciona melhor nessa faixa, e acaba criando um outlaw country que complemente bem o álbum.

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Sobre José Esteves

Nível: Colaborador Especial

Membro desde: 26/08/2020

"Eu gosto muito de rock clássico e tenho um blog de resenhas minhas em disconomicon.wordpress.com. Minhas bandas preferidas são Deep Purple, Queen, Beatles e Pink Floyd e tento também ouvir o que está mudando o cenário nos dias de hoje."

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