Ainda sem formato, mas super psicodélico e progressivo
Muito do trabalho do segundo álbum foi produzido enquanto trabalhavam no primeiro, escolhendo deixar um pouco para depois dado a complexidade dos arranjos, esperando mais liberdade na gravadora. Com o som mais pesado e criações mais variadas, o álbum é considerado “o álbum mais pesado do Queen”, apesar da crítica da época ter sido negativa a morna, negando uma certificação nos Estados Unidos. O elemento de “jogar tudo no liquidificador e ver o que fica bom” do primeiro álbum permanece, mas dessa vez, com mais liberdade, as coisas penderam mais para o lado do psicodelismo fantástico que não pareceriam esquisito nas vozes de lendas do fantástico como Dio, mas que ficam super estranhas com a voz do Freddie Mercury. Todos eles tocam bem e tem um momento de brilhar, esse não é um problema: o Queen não sabia escrever uma música que agradasse. Depois do problema com “Keep Yourself Alive” ter fracassado como single na opinião deles por ter “demorado demais a entrar”, a banda ficou dividida em peças operísticas e singles para atrair o mercado popular e acaba não conquistando ninguém. Uma pena, porque as composições mais fantásticas são excelentes: “The March of the Black Queen” abusa do progressivo, com passagens de guitarra e piano excelentes; “Ogre Battle” mostra vários das harmonias vocais agudas que o Queen ficaria famoso por fazer, além de um excelente solo de guitarra; e, é claro, a faixa que fecha o álbum, a versão completa de “Seven Seas of Rhye” tem um vocal excelente e um piano melhor ainda. Do outro lado, as mais mundanas são bem fracas e não convencem: “The Loser in the End”, a música do Roger Taylor do álbum, deveria ter sido votado para fora, porque um hard rock desses não se encaixa de jeito nenhum no álbum; e “Funny How Love Is” é tão mal produzida que é difícil achar algo de bom nela. A melhor faixa do álbum é “The Fairy Feller’s Master-Stroke”, um psicodelismo artístico com momentos de inspiração genuínos para todos os instrumentos. Claramente é um modelo para a “Brighton Rock” do próximo álbum, com a bateria variando bastante, a guitarra dando um show e o vocal do Freddie Mercury mudando de registro quando quer só para impressionar. Somado à tudo isso, o caos que a música apresenta se desenvolve para um piano que termina na faixa seguinte, “Nevermore” e completa a experiência completa: tudo que era caótico acha a ordem nesse belíssimo outro e a música se fecha. Deveriam ter fechado o disco com essa dupla.
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Sobre José Esteves

Nível: Colaborador Especial
Membro desde: 26/08/2020
"Eu gosto muito de rock clássico e tenho um blog de resenhas minhas em disconomicon.wordpress.com. Minhas bandas preferidas são Deep Purple, Queen, Beatles e Pink Floyd e tento também ouvir o que está mudando o cenário nos dias de hoje."
Veja mais algumas de suas publicações:
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ResenhaBig Brother & The Holding Company - Big Brother & The Holding Company (1967)
26/10/2020
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Sobre o álbum

Queen II
Álbum disponível na discografia de: Queen
Ano: 1974
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,33 - 12 votos
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