
Resenha
Departures
Álbum de Darien Dean
2017
CD/LP
Por: Roberto Rillo Bíscaro
Colaborador Top Notch
02/11/2020
Vocais lindos, harmonias preciosas
O neo-soul man independente Darien Dean é do estado de Nova York e não faz sucesso de massa, mas tem despertado atenções e críticas positivas no universo R’n’B. Compositor, produtor, engenheiro, o norte-americano estreou, com o álbum If These Walls Could Talk e demorou 8 anos pra lançar o segundo, Departures. É um trabalho muito conciso: descontadas a Intro e 2 remixes, há apenas 6 canções, de exímia qualidade vocal e arranjos solares. A menos marcante é a setentista Wonders e não porque seja ruim. Por Deus, não! É gostosura deslizante, mas ouvida tantas vezes que acaba não se destacando em relação às demais. Mas, nunca pulo, porque é delicinha e o nome lembra o cego Stevie, patrono inspirador de muita coisa aqui. Experimente a soul-ballad Find a Way e veja se não tem cheirinho de Stevie Wonder. Harmless tem jeitão de Southern Soul; devido à discreta guitarra bluesada e piano gospel. E presta atenção nessa voz, que em Someone Is You encontra par feito no Paraíso, na potência modulada de Avery Sunshine. Há 2 versões: a primeira mais R’n’B spiritual e a segunda mais na praia da moçada acid jazz. Outra que aparece em dose dupla é Pieces, ápice de Departures, de humilhar a concorrência de tão bem cantada e arranjada: os violões latinos dão vontade de patinar com a cara metade no Central Park num dia de primavera. O remix não agrada tanto a fãs old school, como este resenhista, mas não está ruim. All I Ask volta uns 20 anos na sonoridade black music, tem batida marcial e teclado onipresente, embora confinado ao fundo da mixagem. Bem diferente do resto e prova que Dean pode fazer coisa distinta. Provavelmente agradará a quem cresceu com o “peso” da produção oitentista. Boa, mas todo esse trampo na produção veio com um preço: os demais arranjos têm mais espaço para "respirar”. Escolhas implicam em perdas e ganhos. Mas isso, para um show, deve ser catártico! Darien Dean deverá agradar mais à galera old school, o que hoje significa algo como “pessoal que curte soul anos 70, 80 e 90”. Não há rapper fazendo ‘uh hu, uh, ho, yo” ao som de arranjo pseudo-trap (nada contra, nada contra, calma!), embora na versão One Mo’ Piece, de Pieces, pareça que vai haver. Há granulados modernos suficientes para agradar ouvidos contemporâneos abertos pra lindas harmonias e vocais.
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Sobre Roberto Rillo Bíscaro

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Sobre o álbum

Departures
Álbum disponível na discografia de: Darien Dean
Ano: 2017
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 3,5 - 1 voto
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