Mammoth é um progressivo moderno de forte interação instrumental
Eu sou meio suspeito para falar de qualquer álbum da Beardfish, pois eu simplesmente amo todos eles. Então, antes de tecer qualquer comentário eu já adianto que este disco é definitivamente muito bom. Há a possibilidade de notar algumas nuances de Gentle Giant, embora a música da banda, claro, tenha um estilo bem original. Algo que gosto sempre de mencionar em relação à música da Beardfish é que embora ela seja bastante acessível, às vezes é preciso de varias audições até que o álbum possa atingir um nível mais emocional, mas deixando claro que isso é algo pessoal, logo, obviamente, varia de indivíduo pra indivíduo. No entanto, eu garanto que uma vez dentro da música, a experiência é excelente. Mas até mesmo antes deste contato emocional é possível reconhecer que este é um álbum bem feito, com temas musicais claros e sólidos, além de uma boa execução. A beleza de Mammoth está dentro daquilo que é comum a banda fazer, ou seja, um estilo único de música. Quando basicamente não se trata de algo fácil de ser digerido por completo inicialmente, a cada audição tudo tende a crescer de forma constante no ouvinte e, uma vez sendo aceito, o som permanecerá lá pra sempre. Ouvir um disco várias vezes seguidas pode inicialmente parecer algo maçante, no entanto, quando falamos de uma banda como a Beardfish, em cada uma das vezes a experiência é diferente. As combinações de todas as faixas soam maravilhosamente coesas, parecendo que estamos na verdade ouvindo uma longa faixa composta por sete movimentos/partes. Algo a se destacar também no disco são as harmonias entre os instrumentos e a linha vocal, são no mínimo excelentes; eles soam como se tivesse cada um se movendo pra uma direção diferente, porem, se juntam em determinado ponto e criam ótimas harmonias. Existem complexidades à medida que a música flui de uma faixa para outra. Por exemplo, a faixa mais longa do álbum, “And The Stone Said: If I Could Speak” e os seus mais de quinze minutos, existe uma combinação equilibrada de arranjos complexos e também de arranjos mais simples. Existem excelentes mudanças de ritmo e estilo entre um segmento para o outro com peça de transição suave – ainda que algumas tenham mudanças abruptas. Cada vez que eu escuto algum álbum da Beardfish, eu lamento o fim da banda que ocorreu em 2016, e tento manter dentro de mim uma chama que acredita que tudo não passa de um hiato e que logo a banda estará de volta. Com a consistência de sempre, através de Mammoth a banda apresenta um progressivo moderno de forte interação instrumental.
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Sobre Tiago Meneses

Nível: Colaborador Top Notch
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"Sou poeta, contista e apaixonado por música desde os primórdios da minha vida, onde o rock progressivo sempre teve uma cadeira especial."
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Sobre o álbum

Mammoth
Álbum disponível na discografia de: Beardfish
Ano: 2011
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,75 - 2 votos
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