
Resenha
The Division Bell
Álbum de Pink Floyd
1994
CD/LP
Por: José Esteves
Colaborador Especial
09/10/2020
O retorno a alguma qualidade
Sem o peso da jurisprudência que envolveu o “A Momentary Lapse of Reason”, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason decidiram se juntar para improvisar um pouco e se divertir. Isso evoluiu para a produção de um álbum, que precisou da ajuda de várias outras pessoas, como Polly Samson, noiva de Gilmour na época e dona da maior parte dos créditos de compositor, junto com David Gilmour. O disco recebeu críticas mistas e positivas quando saiu, porém alcançou certificação platina após algum tempo. Definitivamente, o disco não é “A Momentary Lapse of Reason Vol. 2”, e isso é o maior elogio que poderia ser tecido a um álbum do Pink Floyd. Porém, em muitos locais, o disco cai em armadilhas similares, tendo muito do New Wave que permeava a banda na época. Felizmente, também tem muito do Pink Floyd, tendo throwbacks a diferentes momentos da banda em sua história. Na parte da execução, David Gilmour consegue manter as rédeas bem, Richard Wright não é muito acionado e Nick Mason faz o que tem que fazer, mas nada muito especial além dos solos de guitarra. A maior parte das músicas se mantém no new wave (“Keep Talking”) com alguns momentos em que descamba pro U2 (“Take it Back”), mas quando a banda quer fazer algo mais mordaz, algo surge (“What Do You Want From Me”). As duas instrumentais são muito bem vindas, apesar de a que abre o disco (“Cluster One”) ter um clima de Shine On You Crazy Diamond muito eficiente que dá um aspecto promissor a obra seguida, com a outra instrumental sendo mais pop e menos experimental, sendo menos interessante no processo (“Marooned”). No lado horroroso da moeda, “Wearing the Inside Out” é uma tragédia de saxofone brega e o vocal do Richard Wright, que é muito fraco para ser o vocal principal. No lado positivo, “A Great Day For Freedom” é uma ótima reminiscência do The Wall, com espaço para grandiosidade e um vocal confortável, mesmo sendo um tema triste. A melhor faixa do disco é a encerradora, “High Hopes”. Uma música com todas as qualidades do Pink Floyd, desde a ambientação com instrumentos estranhos (no caso, um sino), um vocal melancólico com um coral de suspense muito bem executado, e é claro, assim como em todo o álbum, muito solo de guitarra bem feito pelo David Gilmour. Definitivamente melhor do que todo o “A Momentary Lapse of Reason”.
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Sobre José Esteves

Nível: Colaborador Especial
Membro desde: 26/08/2020
"Eu gosto muito de rock clássico e tenho um blog de resenhas minhas em disconomicon.wordpress.com. Minhas bandas preferidas são Deep Purple, Queen, Beatles e Pink Floyd e tento também ouvir o que está mudando o cenário nos dias de hoje."
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26/10/2020
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Sobre o álbum

The Division Bell
Álbum disponível na discografia de: Pink Floyd
Ano: 1994
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,08 - 20 votos
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