
Resenha
The Michael Schenker Group
Álbum de The Michael Schenker Group
1980
CD/LP
Por: Márcio Chagas
Colaborador Sênior
30/09/2020
Hard rock alemão com pitadas de NWOBHM
No final dos anos 70, a carreira de Michael Schenker se desenvolvia muito bem. Ao lado do UFO, o guitarrista havia lançando o ótimo “Obssession”, seguido pelo excelente ao vivo “Strangers In The Night”. Porém, o mesmo não poderia ser dito de seu lado pessoal: O abuso de álcool e demais substâncias ilícitas deixaram o temperamento do Jovem alemão ainda mais irascível, potencializando os atritos e diferenças com os demais membros do grupo, principalmente o líder e vocalista Phil Mogg. Com o relacionamento interno péssimo, o jeito foi abandonar a banda no final da turnê e procurar novos caminhos. Schenker até tentou voltar ao Scorpions e chegou a tocar em algumas faixas de “Loverdrive”, mas durante a turnê seus problemas com o vicio afetaram novamente sua performance e seu relacionamento interno, chegando a sofrer um colapso no camarim antes do show. Em outro momento, o músico surtou, pegou uma tesoura, cortou seus cabelos, saiu do local do show e simplesmente abandonou o grupo, que não teve alternativa que não fosse substituí-lo. Sem banda, desacreditado e com um gênio pra lá de difícil, não restou muita opção ao guitarrista que não fosse começar uma carreira solo. Schenker ainda possuía certo prestigio entre as gravadoras e conseguiu um contrato com a pequena Crysalis para lançar seu primeiro disco solo, que na verdade, seria uma banda com seu nome em destaque, o Michael Schenker Group. O músico precisava inicialmente de um bom cantor, alguém que ficasse ao seu lado na linha de frente do palco e o ajudasse nas composições, como de certo modo ocorria no UFO. Schenker conheceu a banda Fraser Nash e se impressionou com o vocalista, Gary Barden, e o convidou para fazer parte de seu futuro grupo. A parceria com Barden se mostraria frutífera, pois juntos compuseram sete das nove faixas que entrariam no disco de estreia. Com um grande material composto e um vocalista excepcional, faltava formar o restante da banda e arrumar alguém para produzi-los. O alemão convidou ninguém menos que Roger Glover (Deep Purple) para assumir a produção, e como ainda não tinha uma banda formada, optou por contratar músicos de estúdio, todos consagrados e com passagens por bandas importantes, como Mo Foster (Baixo, Jeff Beck, Peter Green, Gary Moore), Don Airey (teclados, Colloseum II, Rainbow), Simon Phillips (bateria, Gary Moore, Jack Bruce, Jeff Beck). O quinteto partiu para o Wessex Studios em Londres e em apenas três meses finalizaram todas as canções do que seria o primeiro álbum da Michael Schenker Group. O disco homônimo trazia uma sonoridade mais condizente com a década de 80 que estava iniciando. O som era mais pesado, influenciado pela NWOBHM, e com vocais melódicos a frente, disputando espaço com as guitarras. Schenker continuava se mostrando um riffmaker nato, conseguindo extrair grandes temas de sua indefectível Flying V. Prova disso é “Armed and Ready” que abre o petardo. O riff direciona a canção e serve de base para o vocal de Barden se encaixar perfeitamente no contexto, inclusive com bons agudos. A canção foi o primeiro single do disco e até hoje é obrigatória nos shows do guitarrista; “Cry for the Nations”, segunda faixa é também o segundo single. Tem o inicio mais cadenciado e um pezinho no AOR, mas a guitarra não demora a invadir o tema, inclusive com um maravilhoso solo de guitarra; Dos nove temas destaco ainda a terceira faixa, “Victim Of Illusion”, uma das mais pesadas beirando ao heavy metal tradicional, com uma dobra de guitarras na base e vocais mais urgentes; A instrumental arrasa-quarteirão “Into The Arena”, com uma base segura da cozinha Foster/Phillips dando sustentação perfeita para os voos solos de Schenker e inserções perfeitas dos teclados de Airey; E ainda “Lost Horizons”, que encerra o álbum de maneira magistral com seus mais de sete minutos. A canção é pesada e cadenciada, calcada em riffs de guitarra e com excelente solo. Com certeza influenciou muitas bandas de prog metal que surgiriam na década seguinte; O álbum homônimo chegou as lojas em agosto de 1980 e surpreendeu o guitarrsita e sua gravadora com as boas vendagens, fato que motivou Schenker a montar uma banda de verdade e sair em turnê solidificando o nome do grupo que continuaria em Ascensão. Seu álbum de estreia é até os dias de hoje, considerado um dos grandes trabalhos lançados no inicio da década de 80.
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Sobre Márcio Chagas
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Sobre o álbum

The Michael Schenker Group
Álbum disponível na discografia de: The Michael Schenker Group
Ano: 1980
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,5 - 1 voto
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