
Resenha
The Piper At The Gates Of Dawn
Álbum de Pink Floyd
1967
CD/LP
Por: José Esteves
Colaborador Especial
11/09/2020
Um início psicodélico
Sendo o disco debut da banda, é difícil posicionar onde a banda se localizava musicalmente. O que nós sabemos é que Roger Waters e Nick Mason se conheceram na faculdade da arquitetura e se juntaram a uma banda já existente; depois de um tempo, Richard Wright, outro estudante de arquitetura, entrou na banda; e, após várias mudanças de nome e de estrutura, Syd Barrett, amigo de infância de Roger Waters e estudante de artes, foi incluído na banda. Uma enxugada nos membros depois e uma mudança de nome forçada por outra banda com o mesmo nome tocando no mesmo dia e surgiu o “The Pink Floyd Sound”, que viria a se tornar o “Pink Floyd”. Foram residentes de um bar, assinaram um contrato, lançaram dois singles e lançaram esse álbum. O disco foi muito bem recebido, é considerado um dos discos que iniciou o processo de psicodelismo na década de 60, alcançou certificação ouro e está em 374 na lista da Rolling Stones de melhores álbuns. O grande problema com esse disco é a noção que o ouvinte tem do futuro da banda: falta muito do rock progressivo que nós viemos a nos acostumar nos álbuns do Pink Floyd que estão por vir, historicamente falando. Com isso, muito das músicas parecem ser veículos musicados de seja lá o que o Syd Barrett quer fazer naquela música em especial. Logo, na maior parte do disco a instrumentação parece ser jogada ao caos e irrelevância enquanto a peça primordial da banda fala ou age do jeito que quer. Isso não significa que o disco seja intragável, longe disso. É só que tem muitas músicas que são extremamente teatrais e baseadas na letras (“The Gnome”, “The Scarecrow” e, especialmente, “Chapter 24”) enquanto o disco brilha de verdade nas músicas mais instrumentais (“Interstellar Overdrive” e “Astronomy Domine”). A onda de experimentação é o que torna esse disco o que ele é, e são poucas as músicas que tem letras do Syd e ainda se mantém completamente interessantes (“Bike” e “Matilda Mother”). A melhor música do álbum é “Pow R. Toc H.”, quatro minutos de um jazz psicodelico baseado em cima de uma linha de piano que o Richard Wright carrega. Mesmo o baixo esquisito e o Syd fazendo barulhos por cima não conseguiram tirar o brilho que a música tem. Provavelmente, essa música deve ter tido como força motriz o Syd Barett, então colocar ele como “o cara dos barulhos estranhos” é injusto, mas talvez a função dele como compositor devesse ter sido mais forte do que a dele como cantor ou guitarrista.
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Sobre José Esteves

Nível: Colaborador Especial
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"Eu gosto muito de rock clássico e tenho um blog de resenhas minhas em disconomicon.wordpress.com. Minhas bandas preferidas são Deep Purple, Queen, Beatles e Pink Floyd e tento também ouvir o que está mudando o cenário nos dias de hoje."
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Sobre o álbum

The Piper At The Gates Of Dawn
Álbum disponível na discografia de: Pink Floyd
Ano: 1967
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,17 - 15 votos
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