Item: Nektar - A Tab In The Ocean
Rating: 5
Author: Marcel Dio

Resenha

A Tab In The Ocean

Álbum de Nektar

1972

CD/LP

Por: Marcel Dio

Colaborador Sênior

04/09/2020

Obrigatório para quem ama o rock progressivo

Se uma pesquisa fosse feita sobre qual seria o ano mais importante da música, por certo, 1972 teria boas chances de ganhar. Não são poucos os discos clássicos desse período dourado, que revelou o auge do rock progressivo.
Nessa onda criativa o Nektar também aproveitou para deixar sua marca com o espetacular A Tab in The Ocean.
Aproveito para dizer que é a mais alemã das bandas britânicas, e muita gente confunde até hoje suas origens, dizendo que são da terra do chucrute. Até porque, os músicos conheceram-se na Alemanha e excursionaram como trio por um bom tempo e sob o nome Prophesy. Quando voltaram para Londres, mudaram para Nektar, esse já como quarteto, agora com Roye Albrighton nas guitarras.
Não dá para descrever facilmente o som a partir de outras bandas, podemos dizer que algo neles transborda um pouco de Mood Blues, Camel, Focus e Emerson Lake and Palmer. Portanto quem não conhece, deve correr imediatamente para as plataformas ou youtube e adentrar na dimensão do Nektar.

A faixa título é grandiosa em todos os momentos, nuances, reviravoltas e progressões que deixam qualquer um em estado de transe. Letras sobre ficção cientifica e a marcação em ritmo marcial, são apenas uns dos pontos fortes da suíte, que para o espanto de alguns, pode ser colocada tranquilamente em pé de igualdade com as aclamadas Close to the Edge, Supper's Ready e Tarkus.
Quando acaba a segunda parte do refrão, a satisfação aumenta na dobradiça instrumental encabeçada sobre uma progressão de guitarra que é de outro planeta, construída com um peso que extrapolava os limites do progressivo da época (se é que tem limites).

Desolation Valley / Waves mostra o lado mais psicodélico em notas com a sensibilidade do blues e jazz. Do outro lado com Crying In The Dark, o hard prog ataca nossos tímpanos. Percebe-se a influencia que o ELP teve sobre eles. Por instantes vem a sensação de ouvirmos algum trecho de Tarkus.

King Of Twilight tem instrumental nervoso e menos sofisticado em relação as demais. Não deixa de ser estranha por isso, e com certeza é ai que reside a graça e admiração pelo Nektar. Os coros remetem as ótimas trilhas do saudoso Ennio Morricone.
Fãs de Iron Maiden conhecem de cor e salteado King Of Twilight, pois a donzela fez dela um cover sensacional. Esse, parte do EP Aces High. Conclui-se que a ideia partiu de Steve Harris, um grande fã de prog, demonstrando o respeito que os bangers de verdade tem pelo distinto estilo.

Com o clássico Remember the Future, o Nektar abandona um pouco o tradicional e parte para influencias que pescam um pouco mais o groove. Digamos, uma pimentinha de funk soul para abrilhantar e enriquecer o que já era bom, assim com os holandeses do Focus fizeram. Sem esquecer que entre A Tab in the Ocean e Remember the Future, temos o poderoso e amplamente improvisado Sounds Like This.

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