O grupo e disco de estreia de Dio
Mesmo que banda tenha começado com o nome “The Prophets”, a inclusão do tecladista Doug Thaler mudou tanto a dinâmica do grupo que eles decidiram colocar esse momento como o momento em que o “Electric Elves” começou, nome que finalmente os fariam “Elf”. Sendo o grupo e disco de estreia de Dio, a banda também continha o baterista Gary Driscoll e os dois guitarrista Nick Pantas e David Feinstein. Após um acidente de carro envolvendo a banda que toma a vida de Nick Pantas, o tecladista Doug Thaler assume uma das guitarras e o grupo contrata Mickey Lee Soule para assumir os teclados. Apesar do álbum não ter causado muito impacto, chamou a atenção de Ian Paice e Roger Glover, baterista e baixista da segunda formação do Deep Purple, que produziram o álbum e os contratariam como banda de abertura em algumas turnês. O som que o Dio produz nesse álbum é completamente diferente do som que se espera quando você ouve o nome Dio. É um álbum de hard rock fundamentado no blues e influências dos Rolling Stones, com muito pouco do peso que atrairia os fãs do vocalista para os seus álbuns do futuro. Porém, é um blues hard rock de muita qualidade, com o vocal do Dio se encaixando perfeitamente nas músicas. Infelizmente, Dio era também o baixista, e o baixo dele não faz efeito nenhum nas músicas. Dos outros membros, o tecladista Mickey Lee Soule comanda o álbum, com altos solos de grand piano e o guitarrista David Feinstein sabe o que está fazendo, com solos muito bons para esse tipo de projeto. Até o Gary Driscoll tem chance de brilhar na bateria, com alguns fills interessantes e até micromomentos de solo. Como um álbum de blues rock, é um dos melhores. Uma das coisas interessantes das faixas é que é perceptível a tentativa de ir para um lado mais épico, constantemente. Em “Never More”, o piano introduz uma balada tentando ser épico e o vocal do Dio lança a música por cima dos campos de batalha, modulando a música com a bateria que vai aumentando a energia enquanto ela anda, até um solo de teclado interromper a música e fazer dela um hard rock mais clássico. Quanto ao blues rock mais tradicional, existem umas que são bem compostas e bem feitas, com todos os elementos tradicionais que você espera (“Hoochie Koochie Lady”, “First Avenue”, “Sit Down Honey (Everything Will Be Alright)”) e tem as que são muito óbvias para serem interessantes (“Love Me Like a Woman”), que apesar dos problemas de composição ainda é uma boa faixa. A melhor faixa do álbum é “Dixie Lee Junction”, um hard rock com influências de blues mas também elementos de psicodelismo anos 60 e um pouco do rock do sul tipo Creedence que funciona muito bem. A guitarra é bem feita e ecoa muito dando a faixa um tempero especial, a bateria está no seu melhor e depois de muitos minutos de solo, a música ainda fecha de forma mais clássica. Se tem uma faixa que cumpre todos os requisitos do álbum e exemplifica os elementos constituintes dele, é essa.
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Sobre José Esteves

Nível: Colaborador Especial
Membro desde: 26/08/2020
"Eu gosto muito de rock clássico e tenho um blog de resenhas minhas em disconomicon.wordpress.com. Minhas bandas preferidas são Deep Purple, Queen, Beatles e Pink Floyd e tento também ouvir o que está mudando o cenário nos dias de hoje."
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Sobre o álbum

Elf
Álbum disponível na discografia de: Elf
Ano: 1972
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,5 - 1 voto
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