Genialidade em explorar outros estilos
É ... vamos lá, falar do Soulfly - banda a qual me apaixonei a cinco anos atrás, e uma das comandantes do som pesado. Preciso dizer que andei olhando as criticas sobre Prophecy e discordo sobre o que maioria acha, apesar de respeitar tais opiniões. A verdade é que comprei recentemente esse álbum e viciei, verdade também que muitos não entenderam que o Max está alem do convencional, deveriam ter percebido já em Roots (1996), é, não custa reforçar a causa. Dito isso, observamos que desde o princípio com o Soulfly, ele jogou os experimentos tribais do Sepultura e foi alem para com Prophecy, situação que desagradou muitos incautos. Outro fato a ser dito, é que Max Cavalera passou algum tempo na Sérvia e em retiro espiritual, retiro que inspirou várias letras do disco. Não é preciso fazer um faixa a faixa dessa vez, basta ouvir e sacar a sequencia matadora iniciada com "Prophecy" como abertura, seguida de "Living Sacrifice", "Execution Style" e "Defeteat Us". "Mars" configura apenas um dos exemplos da genialidade em colocar outros elementos e encaixa-los de forma tão natural, que chega a assustar. Em certa parte no meio da porradaria, tudo se transforma em ouro ao entrar um interlúdio de solos flamencos, enquanto o baixo trabalha no subsolo. Logo vem a cítara para complementar as frases de Marc Rizzo. O tempero final é com a levada do reggae; ora, quem mais pensaria em algo tão genial, sem ser o tal Max Cavalera ?. "I Believe" também trabalha com inusitadas nuances, não nos moldes de "Mars", e sim com vozes delicadas sobre dedilhados e temas de rap, e não carimbadas com a caricatura do new metal, pois é muito melhor. O refrão rápido e simples pode transportar mesmo que por breve momento, ao tempo do Messiah, com o espetacular Rotten Perish. "Moses" bebe a taça do reggae, como uma gangorra de sobe e desce. Ora porrada thrash, ora fumacê jamaicano. E vou te dizer, funciona de forma sublime, todavia, aos que tem a mente aberta. Ainda temos "Born Again Anarchist", "Porrada" (com direito a um samba em seu final) "The Mean Time" (cover do Helmet), "Soulfly IV" - com toda sua calmaria e acordes mezzo jazz, aliado a percussão, e ... por fim, "Wings" - canção estranha com acordes similares a Soulfly IV, bem trabalhados na voz soul de Asha Rabouin. Ainda sobre Wings, espanta a brusca mudança de trajetória nas entradas dos trompetes, como uma espécie de fanfarra, ou música mexicana, terminada ainda com um trecho de música árabe, ou, algo que remeta a isso. Claro que foi alguma brincadeira deles para o desfecho, o que não compromete o resultado final. Prophecy conta com a participação especial do baixista David Ellefson (co-fundador do Megadeth) nas faixas Prophecy, Deafeat U, Mars, I Believe e In the Meantime. As outras ficam na conta do baixista Bobby Burns.
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Sobre Marcel Dio

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"Sou um amante da música, seja em qualquer estilo, rock, blues, jazz ou pop."
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Sobre o álbum

Prophecy
Álbum disponível na discografia de: Soulfly
Ano: 2004
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,5 - 1 voto
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