
Resenha
Felipe Continentino
Álbum de Felipe Continentino
2012
CD/LP
Por: Márcio Chagas
Colaborador Sênior
26/07/2020
Um grande ábum, mostrando a renovação do jazz nacional!
Nascido em Belo Horizonte, Felipe Continentino viveu em Cataguases, interior de Minas Gerais boa parte de sua infância e adolescência. Iniciou lá seus estudos de bateria com o grande Afonso Vieira, e de volta a sua cidade natal, aprimorou sua técnica, se tornando bacharel em bateria pela UFMG. O músico, além de se tornar conhecido por trabalhar ao lado de feras do porte de Cliff Korman, Toninho Horta, Leo Gandelman e Wilson Sideral, iniciou cedo sua carreira solo, lançando este CD homônimo em 2012. Embora tenha um senso melodico demasiadamente desenvolvido, Felipe é um daqueles bateristas de ataque, na linha Tony Williams Art Blakey ou mesmo Roy Haynes. Neste CD, o músico demonstra maturidade ao lançar um trabalho sem virtuosismos gratuitos, e que conta com a partipação de grandes jovens instrumentistas com os quais está acostumado a tocar, como o Saxofonista Breno Mendonça, o Baixista Frederico Heliodoro e o guitarrista Pablo Passini. Mantendo a mesma formação durante todo o disco, o Felipe conseguiu sustentar a unidade seus temas e deu ao seu primeiro trabalho uma indentidade musical que muitos jazzistas veteranos não conseguem. O álbum abre com a atrabiliária “Open Space”, um tema curto, em que Felipe opõe sua bateria ao sax de Breno. Uma curta indrodução que mostra ao ouvinte o que esperar de todo o disco. Em seguida temos “Space Between Glass”, um tema longo, que aos poucos vai crescendo, possibilitando que o sax sincopado de Breno caminhe ao lado da Bateria De Felipe, tendo o baixo seguro de Heliodoro ao fundo; Na melódica e diáfana “Valnilla” Temos mais um vez Breno brilhando ao lado de Felipe com um sax melódico, que por vezes lembra Nivaldo Ornellas. Aqui a guitarra de Passini divide o solo com o sax harmonicamente; Em “Voando Pra Casa I”, bonitas harmonias de guitarra e baixo acustico permeiam a introdução do tema, que tem um acompanhamento brilhante de Continentino durante toda a música. “Voando Pra Casa II” obviamente é uma continuação do tema anterior, porém com maior desenvoltura do tema proposto. “Fisheye” é outra grande canção, onde Pablo Passini toma a frente com a sua guitarra jazzy, fortemente influenciada por Pat Metheny. Por Fim, temos “Fractal”, onde Continentino e o baixista Heliodoro mostram suas habilidades no violão. Mais um tema crescente que deixa espaço para o músico encerrar o trabalho mostrando seus dotes de baterista. Interessante constatar como um músico ainda tão jovem pôde compor e gravar um álbum tão maduro quanto este. O baterista comprova que o jazz se renova a cada dia, e que muitas vezes, os alunos podem sim, sobrepujar os mestres. Quem gosta do disco físico, pode adquirir o CD pelo site oficial do músico : felipecontinentino.com.
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Sobre Márcio Chagas
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Sobre o álbum

Felipe Continentino
Álbum disponível na discografia de: Felipe Continentino
Ano: 2012
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4 - 1 voto
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