Item: Death - Human
Rating: 5
Author: Fábio Arthur

Resenha

Human

Álbum de Death

1991

CD/LP

Por: Fábio Arthur

Colaborador Especialista

10/06/2020

Transição evolutiva

O Death moldou os padrões do metal extremo e, se não fosse por eles, certamente as coisas seriam ainda feitas na forma inicial e sem algum atrativo maior. Em "Human", a banda remete em uma transição bem definida e muito acima do termo "Death Metal", e, no contexto todo, o grupo traz uma fonte de inspirações e passeia pelo peso, riffs, vocalizações, alternâncias de tempo e letras profundas.

Desentendimentos com músicos do grupo trouxe a banda mais para a vontade da dominação de Chuck, e o músico seria aqui o líder da banda em definitivo; sendo também essa como um projeto solo, praticamente. 

Chuck trouxe para o grupo, com o auxílio de outro músico,  o baterista – Sean Reinert (falecido) e que demonstrou maior competência para lhe dar com a nova sonoridade do Death em época. Entre outros músicos, Stevie Digiorgio veio para o baixo (líder do Sadus) e assim a banda se completaria com Paul Masvidal na guitarra.

Scott Burns, o grande mestre, produziu o grupo ao lado de Chuck e que de cara abre um som muito forte em timbragens deixando as guitarras e o baixo com um estilo em que soa pesado, mas que o ouvinte consegue definir as notas todas. Já no caso da bateria, o álbum se torna uma espécie de influência; os bumbos ficaram soberbos em suas batidas secas, mas em contraste com os tambores que soam regulares e sempre combinando com as cordas, sem soar demasiado. 

A arte digna como sempre, mas dessa feita com David Bett no comando, que demonstrou extremo bom gosto em que a capa até parece uma pintura fazendo referência em uma amostra referente à medicina.

Alcançando a posição de # 34 nos charts, o grupo só não conseguiu mais desenvoltura mundial devido ao fato de Chuck não se dar bem com o fator voo e assim a banda ficou muito restrita ao seu país de origem, os Estados Unidos. Para alavancar o disco, trouxeram para a MTV um vídeo, “Lack of Comprehension”, uma das melhores faixas do álbum, mas nada que fosse absurdamente um composto de clipe com mega produção e sim filmado ao vivo com o som original por cima, mas para os fãs um deleite; eu que o diga, ficava esperando o Fúria Metal somente para ver o mesmo. 

Com 600 mil cópias e um certificado da Guitar World como um dos cem melhores álbuns, a banda trouxe faixas de enormes qualidades e, ao retumbar crescendo dos bumbos fuzilantes, a primeira faixa acontece: “Flattening of Emotions” suprema em todos os quesitos. “Suicide Machine” é clássica e com mesmo requinte da anterior, mostrou-se uma das melhores do disco. “Together as One”, perfeita em seu refrão, riffs e ao vivo ficou bem retratada, sendo uma das preferidas do público até final de carreira da banda. Ainda temos “Secret Face”, a já citada “Lack of Comprehension”, “See Through Dreams”, “Cosmic Sea” e “Vacant Planets”, todas em um mesmo padrão e com a virtude de condecorarem um dos maiores discos do grupo e do metal, realmente.

Esse é um álbum do qual eu consigo assimilar ainda hoje. Desde quando eu escutei a primeira vez, em 1992, ele soa muito bem, não envelheceu e permanece, por todo o seu conteúdo, intocável.

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Sobre Fábio Arthur

Nível: Colaborador Especialista

Membro desde: 04/02/2018

"Obtive meu primeiro contato com o Rock, com o grupo KISS no final de 1983, após essa fase, comecei a me interessar por outros grupos, como Iron Maiden, do qual ganhei meu primeiro vinil o "Killers" e enfim, adquiri o gosto por outras bandas, como Pink Floyd, John Coltrane, AC/DC entre outras."

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