
Resenha
Deep Purple In Rock
Álbum de Deep Purple
1970
CD/LP
Por: Márcio Chagas
Colaborador Sênior
05/06/2020
A estreia arrasadora da MKII
Este mês de junho de 2020 a obra prima “In Rock” do Deep Purple completa cinquenta anos. E o álbum não poderia ter um titulo melhor já que configura como um divisor de águas na sonoridade da banda. O grupo havia lançado um álbum homônimo no ano anterior com o som bastante influenciado pelo rock psicodélico e forte acento pop. As vendas modestas fizeram com que os membros fundadores Ian Paice, Richie Blackmore e Jon Lord optassem por dispensar o vocalista Rod Evans e o baixista Nick Simper. Para as vagas vieram Ian Gillan e Roger Glover respectivamente. Além de possuírem um perfil mais adequado para as ambições do grupo, a dupla recém chegada tinha experiência em composição, desenvolvendo bons temas no seu grupo anterior, o Episode Six. Após algumas apresentações ao vivo e a gravação do “Concert for Group and Orquestra”, o grupo se reuniu no IBC Stúdios em Londres para gravar seu primeiro trabalho de inéditas juntos com a ideia de soarem o mais pesado possível. O álbum gravado com orquestra havia saciado as aspirações de Jon lord e o grupo pôde colocar em prática uma abordagem mais direta sem que o tecladista se opusesse. A ideia era colocar a guitarra à frente das canções como fazia grupos como o Led Zeppelin, deixando os teclados em segundo plano com incursões diretas e ocasionais. A abertura do álbum já mostra que o quinteto conseguiu o objetivo: uma introdução pesada anuncia a entrada de “Speed King” com sua letra enaltecendo a velocidade e destaque para a voz de Gillan e a guitarra de Blackmore com seu riff “sujo” em evidência; “Bloodsucker” é mais cadenciada, mas igualmente executada em cima do riff de guitarra, com o silver voice comandando o tema. O baixo Rickenbaker de Glover encontrou seu parceiro ideal na bateria demolidora de Paice; E então temos “Child in Time”, a maior canção do álbum e a única com influência direta do rock progressivo com espaço suficiente para os teclados de Lord brilharem de maneira soberba. Uma canção épica que demonstra a força da MK II, especialmente a voz de Gillan, que consegue alcançar notas altíssimas com uma facilidade absurda! “Flight od the Rat” abria o lado B do antigo Vinil, soando rápida e dinâmica com boas incursões de teclados, trazendo de volta o peso do álbum. “Into The Fire” vem logo atrás, mais cadenciada, com guitarra e órgão dividindo as bases e uma cozinha demolidora! “Living Wreek” dá certo descanso ao ouvinte por ser menos pesada, com a voz de Gillan mais a frente do tema amparada pelo baixo onipresente de Glover; por fim temos ainda “Hard Loving Man”, uma das melhores do disco. Aqui a guitarra pesada de Blackmore encontra o órgão de Lord de maneira homogênea, onde ambos se complementam. Talvez a unidade da dupla tenha acontecido a partir desta canção, um dos temas mais fortes compostos pelo quinteto; A capa foi baseada no monte Rushmore, localizado em Dakota do Sul, EUA, onde se encontram esculpido em pedra o busto de quatro dos maiores presidentes americanos. Então substituíram cada um dos presidentes por um integrante do grupo, com a adição de Ian Paice mais abaixo que não ficou no lugar de ninguém. Uma ideia simples e genial. A mudança de sonoridade e o peso imprimido pelo grupo agradou em cheio ao fãs, e o álbum lançado em junho de 1970 chegou em primeiro lugar na Alemanha e o quarto no Reino Unido, consolidando a MKII como a formação definitiva do Deep Purple e a considerada clássica até os dias de hoje.
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Sobre o álbum

Deep Purple In Rock
Álbum disponível na discografia de: Deep Purple
Ano: 1970
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 4,65 - 17 votos
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