Item: Wishbone Ash - Coat Of Arms
Rating: 4
Author: Marcel Dio

Resenha

Coat Of Arms

Álbum de Wishbone Ash

2020

CD/LP

Por: Marcel Dio

Colaborador Sênior

17/03/2020

Eles não falham

O vigésimo quinto álbum dos britânicos reforçam minha teoria de que o Wishbone Ash é um fenômeno da regularidade musical, digo: existem bandas consagradas que dão suas escorregadas e promovem discos patéticos ou aqueles que levam uma nota seis somente para "passar de ano".
O Wishbone Ash em comparação a tais grupos, é o aluno aplicado, o nerd sentado na primeira carteira. Seus trabalhos desde o longínquo ano de 1969, parecem vir como uma espécie de selo de qualidade que não os deixam criar algo abaixo da média.
É verdade que Andy Powell esta segurando as rédeas a tempos, além de ser o último remanescente da formação original, fato que não afetou a qualidade de cada lançamento.
Coat to Arms tem muito a oferecer aos fãs, sendo recheado de canções brilhantes, uma volta ao rock clássico e menos introspectivo dos últimos discos, com a velha e nunca desgastada formula de unir o blues country ao rock.

Sem muito esforço encontramos vários destaques, como a simplicidade cativante de "We Stand As One", a beleza sem igual do country expelido na faixa homônima, numa sequencia de acordes que dão a falsa impressão de que não se resolvem e por isso circulam a música o tempo todo fazendo um looping aos ouvidos. Não suficiente, o solo é gol de placa.

Na calma It's Only You I See as guitarras soam mais limpas que nunca, com timbres que seriam o sonho de qualquer guitarrista.

Déjà-Vu tem uma veia renascentista e viajante. Ponteada por dedilhados e uma segunda guitarra que pode ser confundida com teclados. David Gilmour deve ter orgulho desses caras, o senso melódico e aplicação perfeitas das notas beiram o irreal.

When the Love is Shared teria tudo para cair na vala do comum, só que um riff pra lá de bacana salva a canção, tornando-a fundamental em Coat of Arms.

É meio louco ver em pleno 2020 o Wishbone Ash dando aula de como se faz música de verdade. Trilhando sempre a mesma escrita ou norma em praticamente 90% de seus discos, respeitando suas raízes sem tornar repetição barata. Diria que é um dom divino.

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