
Resenha
From Genesis To Revelation
Álbum de Genesis
1969
CD/LP
Por: Tiago Meneses
Colaborador Top Notch
25/02/2020
Um bom álbum
Bom, se levarmos em conta que no início eram apenas jovens de 19 anos (exceto Anthony Phillips que tinha 18) se divertindo, sem muita pretensão e buscando um hit, a música de From Genesis to Revelation tem sim o seu valor, e digo mais, se fosse um disco gravado por outra banda, talvez sequer este seria um álbum esquecido, pois é melhor que muitos de bandas pop da época. Mas aqui falamos de um dos dinossauros do rock progressivo, e se comparado a isso, realmente é um disco que nem de longe pode ser visto como um dos seus melhores e que começariam a surgir já a partir do próximo lançamento. De destaque aqui, a voz e interpretações de Peter Gabriel que sempre são um caso à parte mesmo sem ter atingido a sua maturidade vocal, e o teclado de Tony Banks que também faz um bonito trabalho. “Where The Sour Turns To Sweet” é uma balada que abre o disco de maneira bastante doce. O vocal de Gabriel mesmo ainda sem muita maturidade faz um bom papel. No que diz respeito ao instrumental, Tony Banks se sobressai com boas ideias no teclado. “In The Beginning” é outra boa faixa bem na veia do rock 60’s. Aqui Gabriel canta sobre o nascimento do planeta Terra, embora em termos darwinianos e não bíblicos. “Fireside Song” é mais uma balada tocada de forma bastante delicada. Um piano e trabalho de teclado cativante, violão pastoral e um vocal emotivo. “The Serpent” é provavelmente a faixa mais rock and roll do álbum, lembro que quando a ouvi pela primeira vez, algo nela me lembrou a “Sunshine of your Love” do Cream, pode parecer loucura da minha cabeça, mas tive essa sensação. “Am I Very Wrong?” possui umas linhas de piano que me lembra ao Marillion em Fugazi, mas a semelhança para por aí, o violão e as linhas de flauta é Genesis puro. Essa faixa mostra certamente os primeiros sinais de teatralidade da banda. “In The Wilderness” é uma música que também já soa mais ou menos como a banda faria futuramente, mas claro, que aqui de maneira mais simplória. O piano na parte final da música merece uma menção honrosa. "The Conqueror” é sem a menor dúvida a faixa menos expressiva de todo o disco. Um tanto repetitiva e chata, não consigo perceber nada nela que eu posso dizer que salva. "In Hiding" é mais uma balada do disco, lembro que não gostei inicialmente, mas depois percebi nela melodias ricas, uma boa harmonia vocal e letras muito interessantes. “One Day” é uma música interessante, mas nada mais que isso. Gabriel mostra um humor mais poético, enquanto que Banks e Phillips desenvolvem uma boa melodia. “Window” é mais uma das ótimas músicas desse disco. Vocais macios e delicados completamente entregues a uma sonoridade pop de qualidade. “In Limbo” é uma música que começa muito bem, mas infelizmente a qualidade vai caindo. Os refrãos são meio irritantes e apesar de uma base elétrica muito boa, é abafada por uns metais bastante fracos. “Silent Sun” é mais uma das faixas que compõe o que o disco tem de melhor, inclusive foi lançada como single. “A Place To Call My Own” é a faixa que finaliza do disco. Uma música curta, mas certamente a mais progressiva. Ok, talvez progressiva seja uma definição forte, mas Banks e Gabriel dão uma boa indicação dos seus talentos muito explorados futuramente, instrumental ótimo com cordas e metais utilizados de maneira muito construtiva. Bom, não tem como comparar esse disco com as obras incríveis que a banda iria criar já à partir do ano seguinte, mas de qualquer forma, eu costumo ter bastante paciência e ser bem compreensível em relação a esse disco. Um bom álbum.
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Sobre Tiago Meneses

Nível: Colaborador Top Notch
Membro desde: 28/09/2017
"Sou poeta, contista e apaixonado por música desde os primórdios da minha vida, onde o rock progressivo sempre teve uma cadeira especial."
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Sobre o álbum

From Genesis To Revelation
Álbum disponível na discografia de: Genesis
Ano: 1969
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 2,83 - 12 votos
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