
Resenha
Turn Of The Screw
Álbum de Dirty Looks
1989
CD/LP
Por: Diógenes Ferreira
Colaborador
29/08/2019
A aparência suja do Hard Rock
Fundada no início dos anos 80 pelo dinamarquês Henrik Ostergaard, o Dirty Looks lançou três álbuns em três gravadoras independentes antes de conseguir um grande contrato com a Atlantic Records em 1987 quando finalmente lançou o aclamado Cool From The Wire (1988), um álbum “cult” dos anos 80 que entrou até na parada da Billboard com méritos pelo ótimo disco que é. A banda sediada na Philadelphia e formada por Henrik Ostergaard (vocal/guitarra), Paul Lidel (guitarra), Jack Pyers (baixo) e Gene Barnett (bateria) apresentava uma sonoridade energética que bebia direto no rock n’ roll básico do AC/DC mas com aquele toque Hard sacana das bandas Glam da época, porém, sem aderir ao visual e às vestimentas do estilo. Pelo contrário, os caras do Dirty Looks mais pareciam os Ramones com suas calças jeans, jaquetas de couro e uma postura mais “gangue do asfalto”. O som poderia ser classificado como um mix de Britny Fox, Dangerous Toys, Ratt, Kix, AC/DC e tudo batido no liquidificador com pitadas energéticas de Power Boogie. Após a marca atingida com Cool From The Wire, a Atlantic resolveu apostar ainda mais na banda e chamou o renomado Beau Hill para produzir o sucessor Turn Of The Screw (1989). Porém, banda se desentendeu com Hill e preferiu concluir as gravações do disco com Jon Janson, que segundo eles trouxe mais pegada ao álbum. O fato é que o disco acabou sendo ainda mais bem sucedido que o anterior naquela época, mas ainda assim o Cool From The Wire até hoje continua a vender e ocupar o posto de álbum clássico do Dirty Looks. Independente do feito e dos números, vamos ao Turn of The Screw que começa arrebentando com a faixa-título, em um clima que passeia entre Accept, AC/DC e Helix. Depois temos “Nobody Rides For Free” com um refrão simples, direto e grudento com uma pegada meio ‘bluesy’. A próxima “C’mon Frenchie” vem acelerando e com a bateria no melhor estilo Phil ‘Animal’ Taylor. Após o descarrego, vem “Take What Ya Get” com refrão tipo “som das ruas”, meio punk. Em seguida entra “Hot Flash Jelly Roll” trazendo aquele Hard sujo e safado, seguido de “Always A Loser” que novamente lembra algo do Accept entre o Hard e o Heavy. O clima Los Angeles retorna com “L.A. Anna” trazendo nuances de Ratt no refrão. “Slammin’ to The Big Beat” vem na veia AC/DC, enquanto que “Love Screams” agita com um andamento e solo marcante. “Go Away” apresenta-se como uma balada inspirada, preparando terreno para o encerramento com “Have Some Balls” que poderia servir perfeitamente ao Mötley Crüe. Após Turn Of The Screw, a banda continuou lançando álbuns mas perdendo um pouco o foco, alternando bons e maus momentos, mudanças constantes de formação, passando a ser mais como um projeto de Ostergaard do que uma banda propriamente dita. Caindo no ostracismo, Ostergaard foi aos poucos saindo do mundo da música e entrando no mundo do álcool, que resultou em complicações de saúde que o levaram à morte em 2011 por insuficiência hepática aos 47 anos. Infelizmente um talento perdido, mas que por um período deixou seu nome marcado por trabalhos como Cool From The Wire e Turn of The Screw, sem dúvida, dois grandes discos de Rock n’ Roll na sua mais pura essência.
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Sobre Diógenes Ferreira

Nível: Colaborador
Membro desde: 22/01/2019
"Maranhense apaixonado por música em todas as vertentes do rock e que tenta colaborar com um cenário mais digno, próspero e auto-sustentável. Editou o Hellish Zine no final dos anos 90/início de 2000, em seguida escreveu por um período para o site Whiplash. Hoje colabora no 80 Minutos."
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Sobre o álbum

Turn Of The Screw
Álbum disponível na discografia de: Dirty Looks
Ano: 1989
Tipo: CD/LP
Avaliação geral: 5 - 1 voto
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